Por Iolanda Ventura, da Redação
MANAUS – O Hospital Samel em Manaus atingiu o pico de atendimentos no pronto-socorro adulto com mais de 1,2 mil pessoas recebidas apenas na segunda-feira, 4. A situação foi exposta pelo diretor técnico do hospital, o médico Daniel Fonseca, na página oficial do grupo empresarial no Facebook nesta terça-feira, 5.
Fonseca afirma que o número é três vezes maior que o normal para esse dia. “Ontem (segunda-feira), por exemplo, também tivemos o pico de atendimentos dentro do pronto-socorro adulto. Mais de 1,2 mil atendimentos, praticamente três vezes mais que o número normal que atendemos em um dia como a segunda-feira”, disse.
Desde a terça-feira, 29 de dezembro, até esta terça, 5, foram realizadas 163 hospitalizações na unidade de saúde. A quantidade é maior que a registrada no pico da pandemia entre abril e maio do ano passado.
“Atualmente já temos 163 pacientes internados dentro de nossas unidades. Esse número já é maior do que o que tivemos no pico da pandemia no início do ano (passado). Tivemos durante a semana 132 altas domiciliares. Também, infelizmente, tivemos três óbitos”, disse Fonseca.
O médico afirma que o hospital tem recebido muitas pessoas com níveis altos de comprometimento dos pulmões. “Nós sabemos que a doença voltou de uma forma muito agressiva. Muitos pacientes têm vindo nos procurar com mais de 50% do pulmão comprometido, 80%, 90%”, disse.
O presidente do Grupo Samel, Luis Alberto Nicolau, classifica a situação como uma segunda onda da pandemia. “Nós estamos vendo aqui que essa segunda onda, como até eu falei da última vez e agora está se confirmando, essa segunda onda ela é pior, infelizmente, do que a primeira que já foi muito ruim”, afirmou.
Alberto Nicolau recomenda que a população siga as medidas de prevenção à Covid-19 como forma de reduzir o número de internados. “O que nós podemos fazer é tomarmos as nossas medidas de precaução que todo mundo já sabe, que seria o uso do álcool em gel, lavar as mãos, a máscara, o distanciamento social e tentarmos segurar um pouco esse número de internações, de pessoas infectadas e de pacientes precisando de cuidados médicos”, disse.
Para tentar ampliar o número de leitos, a estrutura do hospital está sendo adaptada. “Desde ontem, começamos a converter todos os nossos apartamentos para enfermarias. E graças a Deus, muitos dos nossos usuários têm aceitado e entendem o momento em que o nosso estado passa frente à essa doença tão terrível”, disse Daniel Fonseca.