Da Redação
MANAUS – O MPAM (Ministério Público do Amazonas) denunciou, nesta sexta-feira (27), pelo crime de tortura, dois integrantes do chamado “Tribunal do Crime”. O grupo atuava em Manaquiri (a 54 quilômetros de Manaus) onde praticava tortura.
De acordo com o MP, a sevicia ocorria no quintal de uma casa com acesso ao rio. O local foi previamente preparado para os maus tratos contra usuários de drogas que cometiam pequenos furtos nos arredores dos pontos de vendas e contra integrantes da própria facção como forma de corretivo. A cobertura de madeira e lona foi destruída por agentes do 33º DIP (Distrito Integrado de Polícia).
A tortura é crime estabelecido no art. 1º, Lei nº 9.455/1997. Segundo o MP, as agressões consistiam em espancamento com uso de perna-manca, armas brancas, aplicação de choques elétricos, sufocamento com sacos plásticos, afogamento e mutilações.
A investigação demonstrou que os denunciados agiam com sadismo, uma vez que praticavam os atos de tortura rindo, como se estivessem se divertindo, fato que deve impactar, na concepção do promotor de Justiça Flávio Silveira, responsável pelo caso, na pena a ser aplicada.
Na denúncia, o MP pede também o pagamento de indenização pelos danos decorrentes no valor mínimo de R$ 10 mil para cada ato de tortura.
O promotor pediu a transferência de um dos denunciados para Manaus, em razão de relatos de ameaça que estariam sendo feitas pela facção da qual faz parte. As investigações continuam no 33º DIP, sob responsabilidade da Delegada Reika da Costa, para identificar outros crimes e outros integrantes da organização criminosa.