Da Redação
MANAUS – Um grupo de mulheres repudia a letra da Banda da Bica, de Manaus, que ironiza o ativismo ambiental e ataca a ativista sueca Greta Thumberg na marchinha de carnaval deste ano. Para as ativistas, o bloco erotiza a adolescente e considera que versos de duplo sentido representam apologia aos crimes de assédio e estupro, ainda que encobertos na justificativa de manifestação cultural.
As mulheres apresentaramu representação aos ministérios públicos estadual e federal e às secretarias estadual e municipal de Cultura pedindo a defesa de um carnaval sem assédio às mulheres.
Confira o texto do Coletivo na íntegra.
Há algum tempo a festa de carnaval é objeto de debates que pautam o enfrentamento à violência de gênero e à exploração sexual infantil. Campanhas como ‘Não é Não’ e ‘Campanha Municipal de Combate ao Abuso, à Exploração Sexual da Criança e do Adolescente e ao Trabalho Infantil no Carnaval’, da Prefeitura de Manaus, intensificam a mudança, e alertam para o fato de que importunação e exploração sexual (infantil) configuram crime na legislação brasileira.
Diante disso, nota-se que é papel do poder público tornar as bandas e blocos da cidade um espaço de diversão e cultura, enfatizando o respeito às mulheres e crianças e as protegendo de qualquer incentivo a essas práticas.
As tradicionais bandas de carnaval abordam diferentes temáticas muitas vezes com função de reflexão política, entretanto em 2020 a Banda da Bica trouxe a público uma letra que apesar de ter objetivado tratar da questão ambiental, expressa duplo sentido em conotação sexual relacionado a imagem da adolescente ambientalista Greta Thunberg l, de 17 anos, que tornou-se alvo de diversos ataques após as declarações do presidente Jair Bolsonaro, a letra afirma:
“A pirralha faz pirraça
e a Bica entra na graça
A Greta quer ver pau em pé
A Bica abunda, bate forte e bota fé”
Não é aceitável a erotização de nenhuma adolescente, ainda que se tratando de marcha de carnaval, especialmente em vista aos números de violência sexual contra mulheres e crianças no mundo todo.
Nesse sentido consideramos reprovável a apologia aos crimes de assédio e estupro, ainda que encobertos na justificativa de manifestação cultural.
Como ato de combate à violência contra adolescentes e mulheres sugerimos a troca da palavra ‘pau’ por ‘floresta’, para que não haja dúvida que a intenção da banda é a de tratar da questão ambiental, e ‘pirralha’ por uma expressão que valide a atuação da juventude no aspecto do meio ambiente, e com isso possamos brincar o carnaval de forma sadia e respeitosa.
Por fim, solicitamos que Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual, Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado do Amazonas e ManausCult, manifestem-se em defesa de um carnaval sem apologia ao assédio.
Atenciosamente,
Ana Alessandrine Silva dos Santos
Michelle Barbosa Andrews
Marklize dos Santos Siqueira
Nicole Maria Fernandes de Sousa
Desde o descobrimento do Brasil que o termo PAU tem o sentido de madeira senão vejamos o PAU BRASIL é uma madeira nobre e até hoje ninguém em sã consciência contestou. Outra o termo pirralha significa menina pequena. Mas se querem mudar que tal para CUNHANTÃE?
Caso essas ativistas da moral e do bom costume tem de fazer também um MANIFESTO idêntico contra a Escola de Samba ESTAÇÃO 1 DE MANGUEIRA que irá trazer para a Sapucai uma profanação contra o Filho de Deus. Isso sim tem de ser tratado com rigor pois vão de encontra a moral e os bons costumes. Façam isso suas “ativistas” ou querem só mídia?
Reprovo a letra dessa marchinha de carnaval. Os autores tiveram uma péssima idéia. Com isso eles mostraram de que lado da história eles vão querer serem lembrados.