Por Gustavo Uribe, da Folhapress
BRASÍLIA – O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a reconhecer nesta quinta-feira, 19, que o retorno da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) é uma opção avaliada, mas ressaltou que o imposto está “demonizado”.
Na quarta-feira, 18, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a equipe econômica estuda incluir na reforma tributária um imposto sobre transações financeiras em meios digitais.
O ministro argumentou, no entanto, que o novo tributo não seria igual à extinta CPMF, que foi anteriormente barrado pelo presidente. A proposta estudada inicialmente pela equipe econômica previa um imposto sobre pagamentos mais abrangente.
“Sobre CMPF, todas as cartas estão na mesa, mas é um imposto que está demonizado”, disse o presidente nesta quinta-feira, 19, na entrada do Palácio do Alvorada.
Em café da manhã com jornalistas, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que mesmo o imposto sobre transações financeiras em meios digitais não será aprovado na Casa.
“A resposta da Câmara vai ser não”, afirmou. “Imposto sobre movimentação financeira, com o nome que se queira dar, é não. Pode dar o nome que você quiser, apelido”, acrescentou.
O cardápio de medidas em estudo pela equipe econômica para tentar compensar a desoneração da folha de pagamentos não deve, na avaliação de técnicos do governo federal, ser suficiente para bancar uma desoneração completa -incentivo para baratear o custo da mão de obra no país.
A fonte para os recursos é o principal desafio do governo para atender a vontade de Guedes, de retirar os encargos das empresas. Hoje, o empregador paga 20% sobre a folha de salários como forma de contribuição para as aposentadorias dos trabalhadores.