Da Redação
MANAUS – É consenso entre os governadores de estados da Amazônia Legal de somente assumir compromissos ambientais mediante compensação financeira, revelou o governador do Amazonas Wilson Lima. “Há um posicionamento muito firme dos governadores e do governo federal que não tem como a gente assinar nenhum termo de compromisso sem que haja algum tipo de contrapartida, porque a conservação da Amazônia tem um preço”, disse Lima, ao participar de encontro em Brasília com o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles.
Lima se refere à cobranças internacionais, ao Acordo de Paris, e a 25ª Conferência Internacional sobre Mudança Climática (COP 25), que será realizada em Madri na Espanha, em dezembro. O discurso é alinhado ao do governo Bolsonaro. “Nós elencamos como fundamentais alguns pontos nesse processo de preservação: regularização fundiária, zoneamento econômico/ecológico, monetização dos recursos ambientais e aí entra crédito de carbono entre outros serviços ambientais, e a questão do desenvolvimento da bioeconomia. Esses são quatro pilares importantes para que a gente possa de forma segura garantir o desenvolvimento sustentável e aumentar esse processo de conservação, preservação da Amazônia”, afirmou.
A reunião em Brasília foi para definir ações de combate ao desmatamento na Amazônia. Segundo a Sema (Secretaria de Estado do Meio Ambiente), 40% do desmatamento total do estado está concentrado em áreas de domínio federal, com maior incidência em áreas de projetos de assentamento do Incra (34%).
As unidades de conservação de gestão exclusiva do governo do Estado representam 0,32% do desmatamento total. Conforme a Sema, as áreas protegidas estaduais representam 12% de todo o território do Amazonas.
Wilson Lima disse que 91% do desmatamento no Amazonas estão concentrados em municípios do sul do Estado, que vem sofrendo grande pressão da expansão da fronteira agrícola de outros estados da região e que este já é um padrão identificado pelo Sistema Estadual de Meio Ambiente. Ele ressaltou também que a região tem sido foco das ações de combate ao desmatamento ilegal desde o início de 2019. Entre as ações, o Governo do Estado decretou situação de emergência no sul do Amazonas para combater as queimadas e o desmatamento ilegal, o que culminou na redução dos focos de calor em quase 70% no mês de outubro.
Também participaram os governadores dos estados que compõe a Amazônia Legal: Helder Barbalho (Pará); Gladson Cameli (Acre); Waldez Góes (Amapá); Antônio Denarium (Roraima); Roberto Rocha (Rondônia); Mauro Mendes (Mato Grosso); Flavio Dino (Maranhão) e Mauro Mendes (Tocantins); além do secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec), Carlos Alexandre da Costa, e parlamentares.