Da Redação
MANAUS – Pesquisadores, cientistas, gestores, servidores públicos, ribeirinhos e ambientalistas se reúnem em Manaus, entre os dias 7 e 9 de março, para discutir a gestão de grandes territórios de áreas protegidas na Região Norte do Brasil. A intenção é definir providências para garantir a proteção, o ordenamento territorial e a boa gestão de uma área equivalente a 32 milhões de campos de futebol no interior da Amazônia e em parte do Cerrado.
A WWF-Brasil, organizadora do encontro, considera que as áreas protegidas brasileiras – responsáveis por uma série de serviços ecossistêmicos como controle do clima, purificação da água e do ar, controle de pragas, recreação e turismo – correm grandes riscos com projetos de infraestrutura que são feitos sem o devido cuidado ambiental, como hidrelétricas e estradas.
A coordenadora da Rede Mosaico de Áreas Protegidas (Remap), Heloisa Dias, disse que a intenção é mobilizar a sociedade para defender a preservação deáreas ambientais. “Queremos fortalecer a estratégia de mosaicos num contexto nacional e ajudar a consolidar as políticas públicas voltadas para os territórios protegidos do Brasil”, explicou.
A Remap reúne gestores, pesquisadores e interessados em áreas protegidas do Brasil. Existe a proposta de um evento em maio voltado aos mosaicos da Mata Atlântica e outro em setembro, para debater a situação dos mosaicos do Cerrado e do Espinhaço. Um encontro nacional deve acontecer no final do ano.
Para a analista de conservação do WWF-Brasil, Jasylene Abreu, este momento será uma grande oportunidade de conhecer e entender as realidades locais de cada mosaico de áreas protegidas. “Precisamos reforçar as articulações locais e a implementação desses mosaicos. Então penso que essa será uma oportunidade de conhecer essas iniciativas, visualizá-las e realizar diagnósticos para saber quais são os seus problemas e desafios”, afirmou.
Um mosaico de áreas protegidas é uma figura jurídica prevista na lei nº 9985/2000, a lei que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc). Ele é basicamente um conjunto de unidades de conservação, quilombos ou terras indígenas que, por compartilhar uma série de características físicas em comum (geografia, hidrografia e biodiversidade, por exemplo) compartilham ações, planos e estratégias comuns para conservação de seus recursos naturais, culturais e sociais.
A ideia dos mosaicos é otimizar recursos e maximizar resultados, garantindo a participação social no controle das áreas protegidas e garantir maior eficiência nas ações. Atualmente, existem 15 mosaicos de áreas protegidas no Brasil – a maior parte deles na Amazônia.