Da Redação
MANAUS – Três casos de Doença de Chagas em Ipixuna (a 1.367 quilômetros de Manaus) deixou a FVS (Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas em alerta. Técnicos da FVS e da FMT-HVD (Fundação de Medicina Tropical Heitor Vieira Dourado) foram ao município neste sábado apurar as ocorrências para prevenir contra surto da doença.
Os pacientes são do sexo masculino e com parentesco: uma criança, de 10 anos, e homens de 25 e 47 anos. As três pessoas consumiram açaí de fabricação própria na comunidade Igarapé Porto Rico, na zona rural de Ipixuna.
As amostras dos exames, que comprovam a contaminação pelo parasita Trypanossoma cruzi, principal transmissor da Doença de Chagas, foram processadas pela gerência municipal de endemias. O diagnóstico foi confirmado pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas (Lacen/FVS).
O chefe do Departamento de Vigilância Ambiental e Controle Vetorial da FVS, Elder Figueira, disse que mesmo sendo três casos de pessoas contaminadas, a situação epidemiológica em Ipixuna já é considerada surto. “Quando não há transmissão da doença e quando há transmissão de casos, mesmo sendo apenas um isolado, já pode iniciar um surto. Já são três casos e é um alerta importante de que está ocorrendo uma transmissão e que deve ser bloqueada o mais rápido possível”, explica.
Contágio
Os riscos de contaminação de alimentos por parasita Trypanossoma cruzi, principal transmissor da Doença de Chagas, incluem, principalmente, na hora da compra, preparação, conservação e consumo de alimentos. No Amazonas, a principal forma de transmissão da doença se dá por meio de ingestão de suco de açaí contaminado.
É preciso observar as condições de higiene dos manipuladores do fruto, do local de venda. Além do açaí, outros alimentos também podem estar envolvidos na transmissão oral do parasita, como frutas, vegetais; e respectivas preparações, como suco de cana de açúcar, buriti, bacaba; além de carne crua, sangue de mamíferos silvestres e leite cru.