Da Redação
MANAUS – As notificações de novos casos de sarampo seguem em declínio no Amazonas. De acordo com a 34ª edição do Boletim Epidemiológico do Surto de Sarampo, divulgada nesta sexta-feira, 23, pela FVS-AM (Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas), órgão da Susam (Secretaria de Estado da Saúde), na última semana epidemiológica, que vai de 3 a 10 de novembro, foram notificados apenas 10 casos da doença.
O Boletim também traz os dados consolidados dos casos notificados e confirmados no Estado, durante todo o período de surto da doença, computados entre o Governo do Estado e o Ministério da Saúde, para encerrar os casos em investigação. Até esta 45ª Semana Epidemiológica, foram notificados 10.904 casos de sarampo em 51 municípios. Desses, 9.477 foram confirmados e 1.418 descartados.
De acordo com a FVS, o aumento do número de casos confirmados, que até o boletim anterior estava em 2.357, já era previsto com a conclusão das investigações, pela força-tarefa conjunta, que nos últimos 15 dias encerrou os casos pendentes. Segundo o órgão, a maioria dos casos confirmados, cerca de 80%, foi notificada entre junho e agosto deste ano.
Plano de enfrentamento
O diretor-presidente da FVS, Bernardino Albuquerque, explica que o encerramento dos casos de sarampo faz parte do plano de enfrentamento à doença, no qual a meta é interromper a circulação do vírus no Estado em 90 dias. “Hoje, o Amazonas tem apenas 10 casos notificados, que são 7 de Manaus, 2 de Coari e 1 de Maués. Um deles foi descartado e os demais seguem em investigação”, disse Bernardino.
Os casos confirmados no balanço geral são provenientes de 47 municípios do Estado, sendo 7.729 (81,6%) de Manaus, 955 (10,1%) de Manacapuru, 141(1,5%) de Itacoatiara, 98 (1,0%) de Coari, 84 (0,9%) de Iranduba e 470 (5,0%) distribuídos nos demais municípios.
Até o momento, foram registrados seis mortes relacionadas ao sarampo no Amazonas, sendo três residentes em Manaus, dois em Autazes e um em Manacapuru. Quatro foram registrados em menores de um ano de idade, um em adulto na faixa etária de 40 a 49 anos e um em adulto maior de 50 anos.
Nova fase de trabalho
Bernardino Albuquerque informa que a força-tarefa seguiu o protocolo nacional voltado para vigilância do sarampo, na investigação que encerrou os casos notificados pendentes. “A classificação final dos casos, confirmação ou descarte, foram por critérios laboratoriais, clínico epidemiológico e clínico. Estamos em uma nova fase de trabalho, que tem como principal meta interromper o ciclo de transmissão do vírus do sarampo, antes que complete um ano, desde as primeiras notificações.”, disse.
Bernardino ressalta que, mesmo em queda, as notificações continuam acontecendo, por isso, a vigilância epidemiológica precisa ser mais rápida que o vírus. “Este novo cenário epidemiológico exige atenção redobrada, para que não haja uma explosão de casos novamente, tendo em vista a natureza do vírus do sarampo, que é extremamente contagioso”, reforçou.
Monitoramento
Além da força-tarefa, a FVS vem monitorando a situação da vacinação de rotina nos municípios que ainda estão registrando notificação da doença. “A vacina é a única forma de prevenção. Estamos acompanhando a situação junto aos municípios onde ainda detectamos que a vacinação está abaixo da cobertura prevista, principalmente, em relação à dose de reforço”, observa o diretor da FVS, ao destacar a responsabilidade dos municípios na execução da vacinação.