Do ATUAL
MANAUS – A fumaça causada por incêndios florestais na Amazônia pode alcançar o Alaska e a Ásia, segundo a plataforma de medição da qualidade do ar IQAir, que monitora e mede as concentrações de partículas tóxicas em suspensão no ar nos países limítrofes com a Floresta Amazônica.
As partículas de poeira muito finas podem viajar quilômetros, impulsionadas pela combinação de fumaça com as correntes de vento globais. A fumaça dos incêndios cobriu áreas que se estendem desde a costa ocidental da América do Sul até Papua-Nova Guiné e Austrália, a mais de 17 mil quilômetros de distância, diz a plataforma.
Como acontece
A fumaça se eleva por quilômetros no ar devido a uma mistura de calor intenso das chamas e condições da atmosfera como a luz solar, a camada de nuvens e a velocidade do vento. As correntes de vento globais levam a fumaça a milhares de quilômetros por meio da atmosfera e se espalham em todas as direções.
No caso das queimadas na Amazônia, as correntes que sopram em direção ao Oeste ao longo da Linha do Equador podem levar a fumaça até a Austrália, China e Indonésia. Depois, a fumaça é arrastrada em direção ao norte pelas correntes de ar próximas ao Japão e a Leste por correntes no Oceano Pacífico Norte que levam esta mesma fumaça até os Estados Unidos, Canadá e América Central.
Estudos
Um estudo de 2015, publicado na revista Nature Communications, concluiu que entre os anos 1979 e 2013 houve um aumento de quase 19% na duração média mundial das temporadas de incêndios florestais.
Segundo o doutor em meteorologia Rodrigo Souza, a fumaça que está sobre a capital amazonense voltou com “os ventos de sul que chegaram a Manaus” e a concentração de nuvens ameniza a radiação solar.
“As estações de qualidade do ar do estado estão registrando níveis muito elevados de poluição em vários municípios. Nos níveis de poluição atual, ter nuvens por perto é sempre melhor por haver eventuais chuvas e por diminuir a intensidade de radiação solar próximo da superfície, pois reações químicas podem ser desencadeadas pela radiação solar, gerando outros gases poluentes como o ozônio”, diz Souza.