O veterano Harold Knight falou sobre as expectativas que tinha com o treinador de Wilder, Malik Scott
Que noite!
Na madrugada do último domingo (10), terminou com muita emoção a trilogia entre Deontay Wilder e Tyson Fury. Na terceira e última luta, que aconteceu na T-Mobile Arena, em Las Vegas (EUA), o inglês se recuperou de dois knockdowns aplicados por Wilder para depois nocautear o americano no 11º round. Com a vitória, Tyson Fury mantém o cinturão peso-pesado da WBC (Conselho Mundial de Boxe). O confronto foi um dos mais esperados para casas de aposta.
A trilogia entre os astros do boxe terminou após duas vitórias para Fury e um empate. Em 2018, os dois declararam guerra após o primeiro confronto terminar com um empate. Já na revanche, em fevereiro de 2020, o inglês foi superior ao adversário e venceu por nocaute técnico, tirando a invencibilidade de Bronze Bomber.
Agora, mesmo com a vitória de Fury e o ciclo encerrado, parece que os ânimos ainda não se acalmaram.
Clima tenso
Mesmo que o clima entre os dois nunca tenha sido amistoso, o campeão dos pesos-pesados tentou selar a paz com um aperto de mão no final da luta, recebendo uma negativa. Desprezando a atitude de Wilder, Fury o rotulou como “um idiota”.
“Como disse o grande John Wayne, sou feito de gusa, ferro e aço. Foi uma grande luta e digna de qualquer grande luta da trilogia. Ele não tem amor por mim porque eu o venci três vezes. Eu sou um esportista, fui até ele para mostrar um pouco de amor e respeito e ele não queria retribuir. Então, só posso orar por ele”, afirmou Fury no ringue.
Em entrevista para o site ESNews, Malik Scott, treinador de Wilder, falou que seu lutador se recusou a aceitar a trégua oferecida por ter sérios problemas com Fury. “Deontay vê Fury como um homem com quem ele tinha sérios problemas em relação às coisas que sentia e certas alegações que estavam fora e coisas que ele viu com seus próprios olhos. Esta noite, depois que eles liberaram toda aquela energia, ele ainda se sentia como se sentia”, afirmou.
Expectativas sobre Malik Scott
Antes da histórica luta, o veterano Harold Knight, mesmo elogiando Malik Scott, demonstrou dúvidas em relação à sua experiência como treinador e autoridade na hora de liderar Deontay. “O boxe é um círculo pequeno, pequeno. Eu conheço Malik Scott muito, muito bem. Ele é um cara muito bom, muito humilde. Eu conhecia Malik desde quando ele se profissionalizou. Eu o treinei para suas primeiras 12 lutas. Eu acredito que Malik pode trazer alguns ativos que Deontay Wilder tem porque Malik tem uma mente de boxe”, afirmou Knight.
No entanto, mesmo reconhecendo seu talento, Knight colocou em questão a sua postura com o lutador. “Malik é um cara de boxe, mas veremos qual abordagem ele toma: se vai ser negócios ou amizade. Eu acredito que ele será bom para Wilder, mas, por experiência própria e por estar perto de Malik há muito tempo, é uma linha tênue entre amizade e negócios”, disse.
“Isto é um negócio, isto é boxe de alto risco, este é o boxe do campeonato mundial, o legado está em jogo. Se você é amigo do cara que você treina, você vai dizer a ele o que ele quer ouvir em vez do que ele precisa ouvir. Não funciona assim, não no boxe do campeonato, principalmente saindo de uma derrota e indo para uma terceira luta. Então, você quer ir ao campo de treinamento e dizer: ‘Eu gosto de você e respeito você, mas isso é negócio. Eu não vou te dizer o que você quer ouvir, você vai ficar com raiva de mim, você, provavelmente, vai me xingar, mas, no final do dia, você vai me agradecer porque eu vou continuar no seu caso”. – Harold Knight
O veterano ainda falou sobre a postura do treinador dentro do ringue. “Além disso, Malik nunca esteve no canto antes como treinador principal. Mas você tem que começar de algum lugar. Então, mais uma vez, quando você chegar a este nível de campeonato mundial, legado em jogo, como você reage no canto é importante: o que você diz ao seu cara quando ele está perdendo ou ganhando, ou o que você diz a ele para ajudá-lo a superar”, finalizou Knight. Qual será a próxima grande luta que veremos?