RIO DE JANEIRO – A Fifa e a CBF pressionaram e o torneio de futebol nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, será espalhado pelo Brasil. Em reunião nesta segunda-feira, a Fifa estabeleceu que a competição será disputada em sete estádios localizados em seis cidades, incluindo Manaus.
Fontes na Fifa confirmaram à reportagem que o esforço da entidade é o de demonstrar que os estádios erguidos para a Copa do Mundo, alvos de muita polêmica, foram bons investimentos. Além da capital do Amazonas, os jogos ocorrerão em São Paulo, Brasília, Salvador, Belo Horizonte e em dois estádios no Rio de Janeiro: o Engenhão e o Maracanã.
Em 2016, portanto, o evento no Brasil terá um total de sete estádios, superando todos os torneios de futebol organizados pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) desde os Jogos de 1968. Na Olimpíada de 1964, o Japão usou oito estádios.
Se por meses o Comitê Rio 2016, CBF e a Fifa negociaram um acordo, nos bastidores o interesse da entidade máxima do futebol foi sempre a de mostrar que o dinheiro público gasto nos estádios valeu a pena. O comitê olímpico da Fifa é presidido por Marco Polo Del Nero, que assume a CBF no próximo mês.
Foi neste contexto que a escolha de Manaus passou a ser considerada, apesar de uma resistência por parte do COI. Além da distância, a cidade está em outro fuso horário, o que poderia complicar a transmissão dos eventos.
Em Manaus, os times amazonenses têm evitado usar o estádio diante dos custos para os jogos do Estadual. A Arena da Amazônia que custou R$ 670 milhões, exige R$ 700 mil por mês em manutenção. Por essa razão, entre o final da Copa e fevereiro deste ano o estádio recebeu apenas sete partidas. O prejuízo supera a marca de R$ 2 milhões.
Com a escolha de Manaus, São Paulo acabou ficando com apenas uma sede e, também na lógica de usar as instalações da Copa, a opção final foi pelo Itaquerão. Del Nero era um dos que chegou a defender a ideia de incluir a nova arena do Palmeiras. Sem saber o que ocorreria com o Engenhão, ele chegou a temer a falta de estádios para receber 58 jogos de futebol em pouco mais de duas semanas de eventos.
A opção pelo Morumbi foi também descartada. Em 2009, o Comitê Rio 2016 fechou um acordo com o Morumbi para que fosse a sede do futebol em São Paulo. No ano passado, o Comitê chegou a indicar que, de alguma forma, pretendia respeitar o acordo com o São Paulo, que ficou fora da Copa do Mundo. Mas, na lista final, o estádio ficou de fora.
Uma atenção especial também será dada à Brasília, onde a falta de jogos no estádio Mané Garrincha levou o governo do Distrito Federal a levar parte de sua burocracia para ocupar o local. Atualmente, seu buraco é de mais de R$ 5 milhões.
No Rio de Janeiro, o acordo foi o de manter o uso do Maracanã. Mas usar também o Engenhão para jogos da primeira fase do torneio de futebol da Olimpíada.
(Estadão Conteúdo/ATUAL)