
Do ATUAL
MANAUS — A Farmácia Viva, inaugurada pelo prefeito David Almeida nesta segunda-feira (29) em Manaus, oferecerá medicamentos produzidos a partir de plantas medicinais e fitoterápicos aos usuários do SUS (Sistema Único de Saúde). A distribuição inicial ocorre em cinco unidades de saúde da capital.
“É algo inédito aqui para nossa região que é a utilização do potencial farmacêutico da nossa floresta […] início de um sonho que nossas futuras gerações irão aproveitar, irão presenciar” disse o prefeito.
A prescrição dos fitoterápicos será feita por médicos, conforme a avaliação clínica de cada paciente. “A prescrição é de acordo com o sistema clínico e isso se torna uma opção terapêutica. Isso é muito tradicional da nossa cidade, do nosso povo caboclo, da nossa raiz, da nossa região”, disse a secretária municipal de Saúde, Shádia Fraxe.
Os primeiros medicamentos produzidos são sachês para chás à base de capim-santo, cúrcuma, anador e marupazinho — indicados para o alívio de sintomas como ansiedade, inflamações, problemas gastrointestinais e diarreia. Também estão previstas fórmulas com ação expectorante, ansiolítica e anti-inflamatória.
em cinco unidades de saúde de referência:
As cinco unidades que participam da primeira fase de distribuição são: Caps (Centro de Atenção Psicossocial) Benjamin Matias e USFs Carmen Nicolau, Fábio Couto, Parque das Tribos e na Unidade Básica de Saúde Rural Ephigênio Salles. Todas contam com hortas terapêuticas e serão pontos de capacitação para médicos e profissionais de saúde que receberão treinamento para prescrição segura dos fitoterápicos.
“Em cinco locais serão distribuídos esses medicamentos, onde começaremos um curso preparatório e instruções aos médicos para que saibam prescrever medicamentos fitoterápicos seguros e reconhecidos pelo Ministério da Saúde, por todo o padrão de qualidade. Por enquanto, está nessa pequena escala e a gente vai treinar todo nosso pessoal e fazer com que isso seja conhecido no Brasil todo”, disse Shádia Fraxe.
O laboratório-sede da Farmácia Viva funciona no campus da Ufam (Universidade Federal do Amazonas), onde ocorre o cultivo, processamento e preparo dos medicamentos. O projeto conta com apoio técnico da Ufam, da Embrapa e da Escola Rainha dos Apóstolos.
Conforme a secretária, além de promover o uso de recursos naturais como ferramenta terapêutica, a Farmácia Viva está alinhada ao ODS (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável) 15 da Agenda 2030 da ONU, que trata da proteção, promoção e recuperação da floresta de forma sustentável, segundo explicou a secretaria.
Para que o laboratório-sede da “Farmácia Viva” fosse viabilizado, a Semsa e a Ufam contaram com o apoio de recursos financeiros de emendas parlamentares. José Ricardo, Serafim Corrêa e Marcelo Serafim destinaram ao programa local R$ 680 mil, R$ 300 mil e R$ 120 mil, respectivamente. O montante foi aplicado na reforma do prédio onde o laboratório foi instalado e na aquisição de equipamentos.