Do ATUAL
MANAUS – Familiares do estudante universitário Marco Aurélio Winholt Castro, de 20 anos, que morreu na sexta-feira (6) ao ser atingido por um tiro nas costas, acusam policiais militares de serem autores do disparo. O irmão de Marco Aurélio, Hugo Antônio Winholt Castro, diz que o tiro foi disparado pela PM.
O Comando da Polícia Militar informou, em nota, que durante ação na Comunidade Raio de Sol os policiais “identificaram um cidadão baleado e prestaram socorro”, mas não se manifestou sobre a autoria dos tiros.
Marco Aurélio era estudante do quinto período de Relações Públicas da Ufam (Universidade Federal do Amazonas) e morreu na noite de sexta-feira (6) na Comunidade Raio de Sol, zona norte de Manaus.
A PM diz que atendeu uma denúncia de que “homens armados estavam entrando em residências e ameaçando moradores na Comunidade Raio de Sol, no bairro Cidade Nova, zona norte de Manaus”.
“No local, suspeitos empreenderam fuga ao perceberem a presença da equipe policial. Em seguida, os policiais identificaram um cidadão baleado, prestaram socorro e o conduziram para o Hospital e Pronto-Socorro (HPS) João Lúcio, na Zona Leste, onde a vítima veio a óbito”, diz outro trecho da nota emitida. “A PM-AM reitera seu compromisso com a vida e o respeito aos direitos humanos”, alega a PM na nota.
A versão é contestada por Hugo Antônio. “É mentira da PM dizer que levaram meu irmão para o João Lúcio”. Ele afirma que Marco foi levado para o Platão Araújo, onde morreu. “Foi largado lá como um infrator”.
“Meu irmão saiu com amigos, para assistir uma brincadeira, na Comunidade Raio de Sol. A polícia estava persguindo um carro branco. A viatura desceu uma ladeira e parou perto deles. Eles se assustaram e acabaram fugindo. A polícia começou a atirar”, acrescenta Hugo Antônio. “Eles [os amigos de Marco Aurélio] conhecem aquela polícia e sabem que eles são mortíferos. O Marco, sabendo disso, fugiu com os amigos. Um dos disparos atingiu o Marcos, nas costas”.
“A viatura levou ele [Marco Aurélio] para o hospital, deixaram ele no Platão, onde ele morreu. A gente foi fazer o boletim de ocorrência e percebeu que a polícia que efetuou o disparo no meu irmão, não tinha feito registro, não notificaram o que aconteceu, para ninguém ficar sabendo. Isso gera muita revolta na família”, completou Hugo Castro.
Marco Aurélio foi enterrado no domingo (8), em Manaus.
A Ufam (Universidade Federal do Amazonas) emitiu nota de pesar, pela morte do estudante. “A Administração Superior se solidariza aos familiares, amigos e à comunidade universitária da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC), neste momento de dor e consternação”.