Da Redação
MANAUS – “Esgotos a céu aberto e sua maioria despejada nos nossos rios e igarapés sem qualquer tratamento revela a falta de vontade política para sanar os problemas que envolvem a utilização da água potável em Manaus”, afirmou o ambientalista Paulo Tadeu Borasse, representante do Sares (Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental) ao apresentar a ‘Carta de Intensões’ do Fórum das Águas de Manaus, nessa quarta-feira, 13.
O documento é assinado por 19 instituições e lideranças comunitárias, sindicatos, religiosas e destaca que o Amazonas concentra o maior volume de água no Planeta e que o ciclo hidrológico influencia no clima global. A carta será é uma das ações de mobilização da entidade para celebrar o Dia Mundial da Água, no dia 22 deste mês.
O Fórum cita como falta de política pública para o uso de água o município de Santa Isabel do Rio Negro (a 693 quilômetros de Manaus). A Associação Serviço e Cooperação com o Povo Yanomami (Secoya) instalou sistema de purificação de água em uma aldeia Yanomami. Nesse local, segundo Paulo Borasse, a água é contaminada e a região tem alto nível de mortalidade infantil. O sistema funciona com energia solar que aciona uma lâmpada com luz ultravioleta para tornar a água própria para o consumo.
O equipamento foi instalado em seis comunidades e beneficia mil pessoas. O sistema foi criado pelo pesquisador do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia), Roland Vetter. Em Manaus, o Fórum destaca o projeto Salve o Mindu que realiza ações de conscientização, pesquisa e limpeza do igarapé que corta a capital.
A professora do Curso de Geografia da UEA (Universidade Estadual do Amazonas), Selma Paula Batista, disse que com a ajuda de voluntários três nascentes que existem no parque são protegidas. “Duas dessas nascentes estão comprometidas, mas uma não. Descobrimos que uma nascente de água potável ainda está viva. Então, nós resolvemos potencializar as nossas ações nesse lugar”, afirmou.