Por Lúcio Pinheiro, da Redação
MANAUS – Falida, a Fucapi (Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica) recebeu R$ 705,9 milhões da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) entre os anos de 2004 e 2016. Pesquisa feita pela reportagem no Portal da Transparência do Governo Federal mostrou que nestes 13 anos, a instituição recebeu por ano, em média, R$ 54,3 milhões ou R$ 4,5 milhões por mês.
Ameaçado de ser alvo de uma ação do MP-AM (Ministério Público do Estado do Amazonas), o conselho administrativo da Fucapi realizou uma reunião, na tarde desta terça-feira, 3, para decidir se aceitava uma proposta da empresa Azione, que tem interesse em ser a nova mantenedora da instituição. A decisão foi a portas fechadas. A imprensa que foi ao local foi convidada a se retirar. Procurado, o órgão não informou o que foi decidido até o fechamento desta matéria.
Em entrevista esta semana, a promotora Kátia Maria Araújo de Oliveira (da 47ª Promotoria de Justiça Especializada em Fundações e Massas Falidas) disse estranhar que a Azione, com um capital social de R$ 100 mil, pudesse ser declarada mantenedora da Fucapi. Isso porque somente a dívida da fundação está estimada em mais de R$ 100 milhões.
Por meio de sua assessoria, a Azione informou que representa na transação um grupo de Dubai, denominado BK Education. Seria este investidor internacional que assumiria todas as dívidas e os futuros investimentos da Fucapi. Questionada, a assessoria disse que somente o conselho da fundação poderia falar sobre o resultado da reunião desta terça, 3.
Interesse
Desde o final de 2017, o CEO da Azione, Aldous Santana, frequenta as instalações da Fucapi. Segundo a assessoria, a presença dele na fundação tem caráter técnico, afim de avaliar o negócio de interesse do investidor estrangeiro que representa. Segundo a assessoria, Santana já atuou em Manaus na gestão de várias instituições privadas de ensino.
O ATUAL apurou que a Azione foi aceita pelo conselho da Fucapi como sua nova mantenedora. A reportagem também apurou que a promotora Kátia Maria Araújo de Oliveira participou da reunião, mas não conseguiu contato com ela.
Quem administra
A fundação que recebeu quase R$ 705,9 milhões dos cofres públicos em 13 anos é dirigida atualmente por um conselho diretor composto pelos seguintes nomes: Antônio Carlos da Silva (Presidente do Conselho e da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas – FIEAM); Wilson Luís Buzato Périco (Vice-Presidente do Conselho e Presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas – CIEAM); Valmir Pedro Rossi (Presidente do Banco da Amazônia); Hernan Chaimovich Guralnik (Presidente do CNPq); Isa Assef dos Santos (Diretora-Presidente da FUCAPI); Jorge de Paula Costa Ávila (Notório Saber); Manoel Augusto Pinto Cardoso (Notório Saber); Maurício Elísio Martins Loureiro (Notório Saber); Odilon Antônio Marcuzzo do Canto (Notório Saber); e Sérgio Machado Rezende (Representante da ABIPTI).
A Fucapi foi criada em 1982. Afundada em dívidas, em 2017 o Governo Federal deixou de repassar dinheiro para a fundação. O Portal da Transparência não mostra o histórico de repasses federais antes de 2004.
Considerada instituição sem fins lucrativos, a Fucapi foi criada por uma iniciativa conjunta da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas) e Geicom (Grupo Executivo Interministerial de Componentes e Materiais), ligado ao Governo Federal.
Em linhas gerais, para justificar os milhões recebidos do Governo Federal por meio da Suframa, a Fucapi assumiu o compromisso de trabalhar no desenvolvimento de pesquisas e serviços tecnológicos que possam melhorar a competitividade de empresas e organizações instaladas na região.
700.000.000,00 isso é fichinha perto da renúncia fiscal! É chá pequeno perto dos BILHOES que deixaram de ser arrecadados em razao da imunidade da fundação. Deve acontecer o mesmo que ocorreu com o Instituto Lula, que perdeu a imunidade e o MPF ta buscando todos os tributos. É necessário responsabilizar diretoria e conselheiros pelos tributos sacrificados.
Queria saber uma coisa, se a fucapi é fundação e é do povo, e o MP já sabendo do rombo, prq ainda nao tomou a frente das negociações? está prejudicando alunos e funcionários, ta esperando oq? esperar gente pobre que trabalha 8h por dia pra pagar curso que custa o salário que ganha, e funcionários que passam até 12h trabalhando, isso é exemplo claro de descaso
Fui tentar reaver meu curso, para minha surpresa, estava devendo por um semestre que não cursei. Fazia parte da monitoria e bolsa de pesquisa. No final das contas, tive que pagar R$2300,00 pelo semestre não cursado. Estão famintos por $$!! Triste fim!!!