Do ATUAL
MANAUS — Pesquisadores da UEA (Universidade do Estado do Amazonas) farão coleta de água do Rio Negro para identificar substâncias e sedimentos decorrentes da ação humana que representem risco de contaminação. A quarta expedição do Programa de Monitoramento de Água, Ar e Solos do Estado do Amazonas começa no dia 28 de setembro.
“Se eu acho mercúrio, por exemplo, é certo que foi trazido de fora e é um indício da presença de garimpo nas proximidades”, diz Sérgio Duvoisin Jr., coordenador do ProQAS.
A coleta ocorrerá no período de vazante do rio, uma das maiores da história do Amazonas. Os pesquisadores analisam o IQA (Índice de Qualidade de Águas), que no caso do Rio Negro é o de águas negras. “O IQA que estamos propondo considera as características próprias das águas que banham parte do Amazonas. O ProQAS é uma ferramenta importante para o desenvolvimento de políticas públicas para preservação e melhor uso dos nossos mananciais. É a partir de dados que o gestor público conhece os problemas e define soluções”, afirma Duvoisin. A partir dos dados, também é possível identificar riscos que podem comprometer o ecossistema e a saúde humana.
O IQA para águas negras foi desenvolvido a partir do resultado de 340 mil análises, seguindo 164 parâmetros e 64 pontos de coleta, que vem sendo realizadas no Rio Negro desde 2022.
A comitiva reúne 13 pesquisadores e uma equipe de sete tripulantes no barco ‘Roberto Santos Vieira’, construído pelo Grupo Atem especialmente para o programa. A embarcação está equipada com quatro laboratórios, camarotes e um refeitório. Roberto, que dá nome ao barco, foi um dos idealizadores do primeiro curso de Pós-Graduação em Direito Ambiental na Ufam (Universidade Federal do Amazonas). O combustível para cada expedição também é fornecido pela Atem Distribuidora.
Devido à estiagem, o barco deve navegar até a cidade de Santa Isabel do Rio Negro durante 15 dias. Em outras épocas do ano, a viagem seguiria até São Gabriel da Cachoeira, na fronteira com a Venezuela e a Colômbia. Hoje, o Amazonas utiliza o IQA desenvolvido em São Paulo para analisar a qualidade das suas águas.
O resultado do monitoramento de todo o programa é público e está disponível no site do ProQAS, no endereço: https://www.gp-qat.com/general-1.