Cabe ainda uma reflexão demorada sobre o sentido da premiação, os objetos destacados e a oportunidade do evento que promoveu a Qualidade em pleno clima de adversidade. “Faz escuro mas eu canto”, diria Thiago de Melo, ao contrastar o momento de adversidade que o país atravessa e a celebração em alto estilo daqueles que seguem apostando na obstinação para provar que o Brasil tem jeito é o jeito é unir talentos, determinação e criatividade. Esta é, aliás, a base é a razão maior de ser do PQA, O Programa Qualidade Amazonas, ora sob a batuta de Antônio Silva, presidente da FIEAM, é um Programa Estadual fundado em 1991, com o objetivo de apoiar as organizações, públicas e privadas, na busca pela qualidade, produtividade e competitividade, através do uso de métodos e ferramentas da qualidade e excelência na gestão. Na pratica, utilizando as tecnologias da psicologia e gestão de resultados, a ideia é estimular, premiar e promover quem busca fazer o melhor. Em tempo de crise, fazer o melhor é estimular iniciativas, achar saídas, somar saberes e fazeres numa dialética da manufatura solidária e da indústria da comunhão e reflexão criativa, que tira o leite da vida do seio pedregoso da superação. De quebra, entre as descobertas, a racionalidade dos processos, a redução de custos, a denúncia do burocratismo estéril e da distensão efetiva das cadeias de produção. Estão, e continuarão de parabéns, os agraciados pelo reconhecimento e pela contribuição e estímulo que seus propósitos e condutas representam.
Omnia vincit labor
Nem salmão, tilápia ou esturjão… O prêmio vai para o Tambaqui de Banda, ou o Tambaqui de fraque e cartola, fish anda chips, que levaram europeus e americanos ao delírio, com todo sabor popular, para o mundo ver e degustar, na apresentação, a um tempo, nativa e universal, como que a demonstrar o que está à espera de quem quer sair do lugar. Seus criadores se juntam aos grandes empreendedores do segmento produtivo onde indústrias, como Moto Honda, uma das mais robustas e obstinadas da história do modelo ZFM, e Brasil Norte Bebidas, A Brasil Norte Bebidas, uma empresa nativa, que tem a idade do modelo Zona Franca e que reuniu, a partir de 1968, sem benefícios fiscais, Antônio de Andrade Simões e Petrônio Augusto Pinheiro, dois alunos do Colégio Dom Bosco e de Cosme Ferreira, que chamaram a atenção da poderosa The Coca-Cola Company, que quis associar-se a eles. Omnia vincit labor, O trabalho vence tudo, diria o poeta Virgílio, numa recomendação seguida pelas entidades de trabalhadores, universidades, cidades e outras instituições proativas do mundo inteiro, incluindo os filhos de São João Bosco. Na premiação destas trajetórias, surgem ainda organizações de excelência como o Exército Brasileiro, aqui representado pelo Comando Militar da Amazônia, sua presença civilizatória é referenciada pela população com o estigma de benfeitor e guardião da Amazônia, de nossa gente. Todos estão aqui, no cotidiano, para dizer em alto e bom som: viva a Qualidade! E que esta seja a grife, a descrição e a obstinação de quem faz, existe e resiste no Amazonas. Durante a 16ª Mostra de Gestão e Melhorias para a Qualidade, a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM) listou as 43 organizações que se destacaram para o ‘Qualishow’, evento que aconteceu no dia 5 de novembro, no Diamond Convention Center. Além do Tambaqui de Banda, a modalidade Processo teve outros sete Troféus Ouro: quatro na categoria Grande Indústria – Moto Honda da Amazônia, Brasil Norte Bebidas, Honda Componentes da Amazônia e Showa do Brasil; duas na categoria Média Indústria – Rexam da Amazônia e HTA Indústria e Comércio; e uma na categoria Governamental – Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas. Veja a lista completa das organizações, aqui reprisados para promover seus nomes, categorias, avanços e paradigmas.
16ª Mostra de Gestão e Melhorias para a Qualidade: Troféu Ouro: Modalidade Processo na Categoria Grande Indústria: Moto Honda da Amazônia Ltda; Brasil Norte Bebidas Ltda; Honda Componentes da Amazônia Ltda e Showa do Brasil. Categoria: Média Indústria: Rexam da Amazônia e HTA Indústria e Comércio Ltda. Categoria: Serviços: Tambaqui de Banda. Categoria: Governamental: Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas. Troféu Prata: Categoria: Grande Indústria: Panasonic do Brasil Ltda; Tutiplast Indústria e Comércio Ltda; Technicolor Brasil Mídia e Entretenimento (Inovação) e – Technicolor Brasil Mídia e Entretenimento (Melhoria). Categoria: Média Indústria: Labelpress Indústria e Comércio da Amazônia Ltda; Sodecia da Amazônia Ltda; Label Packing Indústria de Embalagens da Amazônia Ltda e Springer Plásticos da Amazônia S.A. Categoria: Micro e Pequena Indústria: Restaurante Shin Suzuran; Officina Sports; Paco Uniformes e Sonorey. Categoria: Serviço: Gaúchos Churrascaria; Polonorte Segurança da Amazônia Ltda; Studio Wilke Cidade; Label Evolution Ltda; Academia Personal Clinic; Casa dos Compressores Ltda; Primazia Gestão de Condomínios; Dimops Desinsetização; Aga Móveis Indústria e Comércio de Móveis Ltda. Troféu Ouro Modalidade Gestão: Categoria: Administração Direta: Comando da 12ª Região Militar e Hospital Militar de Área de Manaus. Troféu Prata Categoria: Administração Direta: 29ª Circunscrição de Serviço Militar. Categoria: Micro e Pequena Organização: Caixa Econômica Federal/Gerência de Filial Fundo de Garantia Manaus. Troféu Bronze Categoria: Administração Direta: Comando Militar da Amazônia; Parque Regional de Manutenção e 2ª Brigada de Infantaria de Selva. Categoria: Sem Fins Lucrativos: Serviço Social da Indústria – SESI Amazonas. Troféu Destaque Categoria: Média Organização: Hospital Samel. Categoria: Administração Direta: 12º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado; 1ª Brigada de Infantaria de Selva; 7º Batalhão de Infantaria de Selva e Companhia de Comando da 12ª Região Militar. Categoria: Sem Fins Lucrativos: Instituto de Desenvolvimento Tecnológico.
Inovação, eficiência e sustentabilidade
Qual o papel da criatividade na perseguição obstinada pela qualidade? Com projeto inovador, a Tecnicolor Brasil Mídia e Entretenimento foi reconhecida por apresentar procedimentos que solucionaram problemas na linha de produção das placas de circuitos impressos, que antes chegavam a passar cerca de 30 a 40 dias em análise nos laboratórios especializados na área fora do Brasil. Uma resposta nativa para quem buscava mais agilidade nas soluções dos gargalos e falhas cotidianas. A empresa montou laboratório, com tecnologias utilizadas em asas de aviões e monitoramento de trilho de trem, a chamada extensiometria, aplicada em ações de alta performance. A extensiometria foi usada em micro escala, tendo a possibilidade de verificação das placas no próprio laboratório, em tempo real, agilizando assim o retorno para os clientes. É a conquista da qualidade, associada à eficiência, com a redução de 23% dos reprocessamentos. Para uma empresa que produz 100 mil peças por mês. Em média o custo de reprocessamento fica em 4 milhões de euros por ano. O reconhecimento ao projeto é apenas o início de muitos outros que virão por ai, que resultam das boas parcerias entre a indústria com IEL, Senai, Sesi, enfim, todo Sistema de Serviços que as entidades do setor produtivo oferecem.
Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM.
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