Por Teófilo Benarrós de Mesquita, do ATUAL
MANAUS – Ex-integrantes da equipe do Iranduba que atuavam no Ríver (RR) na disputa do Campeonato Roraimente foram alvos da Operação Handicap, neste domingo (14), em Boa Vista. Foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão contra jogadores, integrante da comissão técnica e empresário ligado aos atletas. Os profissionais alvos da operação foram condenados no Amazonas por manipulação de resultado.
Os nomes dos envolvidos não foram revelados, pois o processo é sigiloso e os crimes estão em fase de investigação. O promotor de justiça José Augusto Taveira, responsável pela operação, disse que foram presos um jogador e um empresário.
“A operação foi proveitosa, considerando que foi a primeira ação ostensiva realizada com objetivo de investigar possíveis manipulações de jogos no Amazonas”, afirma Taveira. O promotor disse que por enquanto não há previsão de novas ações, “mas é importante frisar que as investigações continuam”.
O material apreendido no alojamento onde estavam os jogadores do Ríver será transportado até Manaus, onde está o centro das investigações.
A ação foi um desdobramento de pedido protocolado pela FAF (Federação Amazonense de Futebol) ao MP-AM (Ministério Público do Amazonas) em 15 de março, contra jogadores, dirigentes e membros da comissão técnica do Iranduba, após indícios de manipulação de resultado no Campeonato Amazonense 2023.
A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) apurou que a fraude ocorreu na derrota por 7 a 0 para o Amazonas no dia 12 de fevereiro, pela quinta rodada, após monitoramente de sites especilizados em apostas. O relatório foi enviado à FAF que decidiu, em 27 de fevereiro, suspender o Iranduba por dois anos, que foi consequentemente rebaixado para a segunda divisão do futebol amazonense. O clube também foi multado em R$ 100 mil.
Em 14 de março, o TJD-AM confirmou a punição administrativa e aumentou o período de suspensão e o valor da multa, para dois anos e meio (900 dias) e R$ 200 mil. Também foram condenados o presidente do clube, Rogério Alves da Silva; o diretor de futebol Stênio Andrade; o treinador Kléber Joquebidis dos Santos, conhecido como Kléber Paulista; e os 22 jogadores que foram relacionados para a partida contra o Amazonas.
Dias antes, entre 9 e 10 de março, dez jogadores condenados pelo TJD-AM e o treinador Kléber Paulista foram inscritos pelo Ríver para a disputa do Campeonato Roraimense. O Verdão da Aparecida fez oito jogos, venceu dois e perdeu seis. Marcou 10 gols e sofreu 21.
A investigação no MP-AM é conduzida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Controle ao Crime Organizado (GAECO).