SÃO PAULO – O perfil dos pacientes que desenvolvem AIDS mudou lenta e gradualmente nos últimos 25 anos. Essa população está vivendo mais tempo. É o que informa a pesquisadora da Seade, a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados, Mônica Laporte. O estudo destaca dois fatores para essa mudança: a adoção, desde 1996, dos coquetéis de remédios; e as diversas terapias que melhoram as condições de vida de recém-nascidos e crianças portadoras da doença.
O avanço nas políticas de monitoramento e nas campanhas de prevenção também foram significativos, segundo a médica Marinella Della Negra, presidente da Associação de Auxílio à Criança e Adolescente Portador de HIV. O pico da doença em São Paulo foi em 1995, quando ocorriam 35,1 óbitos por 100 mil homens, e 11 mortes por 100 mil mulheres. Em 2015, as taxas caíram para 8,4 óbitos por 100 mil homens e 3,7 por 100 mil mulheres.
A idade média de vida destes pacientes tem aumentado significativamente: em 1990 era de 33 anos para os homens e de 29 anos para as mulheres. Em 2015 se equiparou, com homens morrendo em média aos 45 anos e mulheres aos 46. O aumento da média tem relação direta com a taxa de mortalidade para as crianças entre 0 e 4 anos de idade. Em 1995 havia 5 óbitos por 100 mil crianças, passando para 0,2 por 100 mil em 2015.
(ABr/Agência Brasil)