Do ATUAL
MANAUS – Os sensores estão presentes em todos setores da tecnologia e ambientes, como carros, casas e locais de trabalho. Para Euclides Lourenço Chuma, membro do IEEE (Instituto dos Engenheiros Elétricos e Eletrônicos) e pesquisador na Universidade de Linköping, na Suécia, os dispositivos serão a mais nova revolução tecnológica.
O especialista diz que até os seres humanos são sensores ambulantes. “É por meio de nossos receptores que captamos sons, imagens, sabores, aromas e sensações táteis. Assim compreendemos o mundo e interagimos com ele e com outras pessoas. O mesmo acontece com computadores, robôs e outros itens. É por meio de sensores que essas máquinas obtêm informações, que são processadas para que tarefas sejam executadas”, diz.
Euclides Chuma compara o avanço no uso dos sensores com a Revolução Industrial, entre os séculos XVIII e XIX. “Uma das principais inovações foi a mecanização de diversos processos produtivos, começando na indústria e posteriormente chegando ao campo. A humanidade só experimentaria uma quebra de paradigma do mesmo porte em meados do século XX, quando começou a informatização. Hoje, passamos por um processo semelhante com a sensorização”.
Chuma explica que a cada dia se popularizam mais e surgem novas aplicações para os mais diferentes setores. Essas tecnologias são amparadas no amplo uso de sensores. “Hoje temos sensores presentes em todos aspectos e objetos que envolvem nossas vidas – nos nossos carros, casas, ambientes de trabalho. Com o avanço da tecnologia, eles serão cada vez mais presentes. Vivemos uma verdadeira era dos sensores”, afirma.
De acordo com o especialista, os sensores das máquinas conseguem obter informações recebendo um estímulo e gerando um sinal. “Um bom comparativo são os olhos humanos, que são sensores biológicos que recebem sinal de luz e geram um sinal elétrico para o cérebro”, compara.
Chuma afirma que os sensores são o que tornam um smarphone “smart”, medindo movimentos, luminosidade, toques na tela, e até sinais vitais como a batida do coração do usuário.
“Um smartphone possui dezenas de sensores. O notebook e a televisão precisam de sensores de luminosidade para ajustar a melhor imagem e temperatura para não esquentar demais o processador e queimá-lo. Os carros atuais, mesmo os modelos à combustão possuem diversos sensores como a sonda lambda para regular o motor do carro, sensor de nível de combustível, sensor de temperatura do motor, etc”, pontuou.
Segundo Chuma, os sensores já estão em praticamente qualquer máquina ou equipamento, contudo os dispositivos geralmente trabalham “desconectados” das redes como Internet e de outras tecnologias como a Inteligência Articial.
“Com o avanço das tecnologias como o 5G, Wifi6 e Internet das Coisas os dados dos sensores chegarão até as Inteligências Artificiais que irão analisar esses volume gigantesco de dados e produzir conhecimentos para a humanidade para uma sociedade onde o bem-estar humano seja prioridade”, diz.
Dentro do bem-estar humano, está o conceito de cidades inteligentes, e os sensores são essenciais, segundo o especialista.
“Por exemplo, com sensores de temperatura corporal e qualidade do ar espalhados pelas grandes cidades poderemos identificar automaticamente pessoas com febre devido a problemas respiratórios e acionar o serviço médico para atender esta pessoa e ao mesmo tempo tomar medidas para melhorar a qualidade do ar”, exemplica.