Da Redação
MANAUS – Os consultores do escritório internacional Giuliani Security & Safety (GSS) concluíram, neste sábado, 19, a primeira etapa do trabalho desenvolvido nas forças de segurança do Governo do Amazonas. Durante uma semana, os consultores conheceram atividades executadas pela SSP-AM (Secretaria de Segurança do Estado do Amazonas), órgãos estaduais e federais, além de entidades da sociedade civil organizada.
Com dados da realidade da segurança pública amazonense, eles prometem traçar um planejamento estratégico no combate à criminalidade e melhoria do trabalho desenvolvido pelas forças de segurança do Amazonas.
De acordo com o diretor-executivo da GSS, John Huvane, as informações compiladas em Manaus serão transformadas em um relatório minucioso da realidade do Amazonas, de forma que a próxima visita ao estado, em data a ser definida, seja com o plano estratégico de atuação.
“Vamos voltar para os EUA, vamos confeccionar um relatório bem minucioso de tudo que foi repassado aqui e futuramente o [Rudolph] Giuliani estará vindo com o relatório montado, para o próximo passo, com reuniões, com os times que virão para cá. É só o início de um longo processo e futuramente vamos retornar, em alguns meses, futuramente, com uma equipe que é especializada em prisões, sistema penitenciário, e um pouco depois com uma equipe especialista em fronteira”, informou o consultor.
Contrato
A Casa Civil do Governo do Amazonas oficializou no dia 4 de maio a contratação da Giuliani Security &
Safety para consultoria sobre segurança pública no Estado. O valor do contrato é de R$ 5,648 milhões. A contratação, sem licitação, foi publicada no DOE (Diário Oficial do Estado) do dia 4 de maio de 2018, e assinada pelo secretário da Casa Civil, Arthur César Zahluth Lins, e pelo chefe da Consultoria Técnico-Legislativa, Lourenço dos
Santos Pereira Braga Júnior.
A Portaria nº 021/2018 estabelece que os serviços de consultoria “visam identificar medidas que tornem mais eficientes a repressão à criminalidade e desenvolvimento de todos os ramos envolvidos na persecução penal no
âmbito do Estado do Amazonas”.
Críticas
Deputados de oposição ao governo, na Assembleia Legislativa do Amazonas, criticaram a medida adotada pelo governador Amazonino Mendes, que no final de abriu viajou aos Estados Unidos para acertar os detalhes da contratação do escritório de Giuliani.
O deputado Sabá Reis (PR) chegou a pedir a convocação do secretário de Segurança Pública do Amazonas, Anézio Brito de Paiva, e do delegado-geral de Polícia Civil, Mariolino Brito, para que explicassem os termos da contratação do escritório do ex-prefeito de Nova Iorque. A convocação não chegou a ser feita.
Amazonino
O governador Amazonino Mendes (PDT) minimizou a polêmica em torno da contratação da consultoria internacional e aproveitou a oportunidade para criticar o programa Ronda no Bairro, a “menina dos olhos” do governo de Omar Aziz (PSD).
“Essa contratação é baratíssima. Nós estamos contratando o que há de melhor no mundo para enfrentar um problema angustiante que o Brasil vem sendo derrotado sistematicamente em todos os Estados”, disse Amazonino quando indagado sobre o custo do contrato. E completou: “O custo? 1 milhão e meio de dólares, [equivalente a] R$ 5 milhões de reais. Se nós pensarmos que gastamos R$ 1,2 bilhão em um ano em um programa que não deixou nada, nós jogamos dinheiro fora”, disse, referindo-se ao Ronda no Bairro.
Escritório
O ex-prefeito Rudolph Giuliani, líder da GSS, teve a imagem difundida internacionalmente após o atentado de 11 de setembro na cidade norte-americana e principalmente depois da implantação do programa “Tolerância Zero”, em Nova York. Mas a representante do escritório na Amérila Latina, Kellen F. Dunning, explica que a empresa não aplica o “Tolerância Zero” em outras cidades, mas cria modelos de combate à criminalidade de acordo com a realidade de cada local.
“O escritório Giuliani Security & Safety é composto por profissionais na área de segurança pública, liderado pelo ex-prefeito Giuliani, mas de forma alguma, em nenhum projeto que nós trabalhamos foi aplicado às técnicas ou espelho do que foi feito em Nova York, até porque a maior parte dos nossos clientes não é dos Estados Unidos. Essa ideia de trazer o ‘Tolerância Zero’ para o Brasil é uma fábula criada aqui, nunca foi mencionada ou sugerida que esse tipo de técnica fosse aplicada aqui, até porque a legislação é totalmente diferente”, explicou a representante do escritório na América Latina, Kellen F. Dunning,
Nós temos uma grande diferença entre a polícia do Brasil e a polícia dos Estados Unidos Primeiro que lá eles têm uma academia de Polícia que nós não temos lá policial todo ano é obrigado a fazer exame de capacitação técnica exame psicológico lá policial se não passa em Tais exames é demitido aqui policial não pode ser demitido e tão pouco não frequenta Academia de Polícia e muito menos faz o exame psicológico portanto antes de fazer uma mudança tem que mudar a polícia brasileira acabar com esse emprego vitalício e exige mais preparo técnico e físico e psicológico do policial.