EDITORIAL
MANAUS – Nesta terça-feira (28), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), reagiu, pela primeira vez, à política de preços da Petrobras e prometeu discutir o assunto no Colégio de Líderes, formado pelos líderes dos partidos na Casa.
A reação do parlamentar veio após o diretor de Comercialização e Logística da Petrobras, Claudio Mastella, afirmar que os preços dos combustíveis no Brasil estão defasados e que a empresa avalia novos reajustes de preços para cima.
Nas redes sociais, Lira afirmou que “o Brasil não pode tolerar gasolina a quase R$ 7 e o gás a R$ 120”, referindo-se ao botijão de 13 quilos de gás de cozinha. Ao criticar Claudio Mastella, Lira afirmou que os líderes de partidos na Câmara vão buscar alternativas para o aumento de preços.
Neste espaço, há alguns meses, o ATUAL vem apontando quatro culpados pela alta de preços dos combustíveis ao consumidor brasileiro, ente eles o Congresso nacional, e defendendo o entendimento entre eles na busca de alternativas.
Os outros três culpados são o governo federal, os governos estaduais e a Petrobras. Na segunda-feira (27), o presidente Jair Bolsonaro informou que havia se reunido com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, para discutir formas de diminuir o preço dos combustíveis.
Mais tarde, foi a vez da Petrobras se manifestar. O seu presidente, Joaquim Silva e Luna, reafirmou que a política de preços da estatal está mantida e sinalizou um novo aumento, o que ocorreu nesta terça-feira.
Desta vez, o reajuste atingiu apenas o preço do diesel, elevado em R$ 0,25 nas refinarias, o que representa 8,9% de aumento.
A justificativa é a elevação do preço do barril de petróleo no mercado internacional e a alta do Dólar em relação ao Real neste mês.
O problema é que a maioria dos consumidores não tem o privilégio da Petrobras de reajustar seus ganhos quanto tem vontade. A economia brasileira ainda tenta se recuperar da pandemia. Empresas enfrentam dificuldades e o trabalhador amarga pelo menos dois anos sem reajuste.
No trimestre passado, a estatal anunciou que teve lucro líquido de R$ 42,8 bilhões e distribuiu R$ 31,6 bilhões em dividendos para seus acionistas. A maior parte desse dinheiro (dois terços) foi para investidores privados e só uma terça parte ficou com a União.
Nesta segunda, o presidente Silva e Luna afirmou que a Petrobras tem uma forte governança e que seu bom desempenho contribui para a economia brasileira.
Como exemplo do tipo de contribuição que a estatal dá à economia, Luna e Silva disse que a empresa pagou R$ 20,3 bilhões em dividendos à União entre 2019 e 2021 e R$ 552 bilhões em impostos.
Para o consumidor não há contribuição maior do que o preço mais acessível dos combustíveis. É a melhor forma de a estadual dividir os lucros e dividendos com o povo brasileiro.