MANAUS – O vereador Waldemir José (PT) apresentou, na manhã desta segunda-feira, na Câmara Municipal de Manaus, um levantamento feito pelo gabinete dele que indica por que os usuários do transporte coletivo de Manaus enfrentam longos minutos de espera nas paradas de ônibus e lotação acima do normal nos horário de pico: as empresas não cumprem o que é estabelecido pela Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU) nem em relação à quantidade de ônibus por linha e nem o número de viagens programadas.
O levantamento é apenas uma amostragem do sistema, e foi realizado em 22 linhas de três empresas, que atuam em seis terminais de diferentes bairros: Petrópolis, Japiim, Novo Aleixo, Mauazinho, Cidade Nova e Jorge Teixeira. Os problemas foram identificados em todas as linhas, mas as operadas pela Global Green são mais problemáticas.
No geral, os “fiscais” do vereador observaram, entre 6h e 8h (horário de pico), uma frota que deveria ser de 163 ônibus, nos seis terminais e 22 linhas, mas apenas 133 ônibus foram encontrados nos dias de fiscalização. Os assessores do vereador anotavam a o número da linha, a placa do ônibus e o horário que saíam do terminal para a viagem. Das 186 viagens previstas no intervalo de tempo de 6h às 8h, apenas 144 foram realizadas.
“As empresas não cumprem horários e nem disponibilizam a frota acertada para cada linha. No caso do número de ônibus, 20% da frota não foi colocada em operação”, disse Waldemir José, que estuda medidas punitivas para as empresas e pretende apresentá-las em forma de projeto de lei.
Pior linha
Em uma das linhas do bairro Jorge Teixeira, a 677 (Jorge Teixeira-Distrito Industrial), a frota no dia pesquisado era de 28 ônibus, mas apenas 16 carros fizeram viagens entre 6h e 8h15. O carro que saiu primeiro também fez a última viagem na presença da equipe do parlamentar. Estavam previstas, naquele dia, 24 viagens, mas apenas 17 foram realizadas entre 6h e 8h.
Acessibilidade
Outro problema encontrado pelos assessores do gabinete de Waldemir são os elevadores dos ônibus para permitir a entrada de cadeirantes. As empresas são obrigadas a comprar ônibus com acessibilidade, mas nem todos os que estão em operação dispõem do equipamento. Boa parte dos ônibus que tinham elevadores, o equipamento não funcionou ou funcionou de forma parcial, com a ajuda de mecânicos.
“Em uma das empresas, eles dificultaram a fiscalização pela nossa equipe até conseguir um mecânico, que passou a operar os elevadores. Mas mesmo assim, o equipamento de quatro ônibus apresentou problemas”, disse o vereador.
O parlamentar também cobrou os ônibus novos em determinadas linhas. Nenhuma das empresas pesquisas tinha ônibus de 2014. Em apenas uma empresa foram encontrados ônibus de 2013. A frota operante nessas 22 linhas tina carros de 2005 até 2013.
Acesse a planilha com o resultado do levantamento.