Da Redação
MANAUS – Mulheres adultas e adolescentes são 71% das vítimas de tráfico humano no mundo, mostra relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes. A maioria é traficada para casamento ou escravidão sexual, enquanto os homens são traficados para fins de trabalho forçado. Conforme o relatório, quase um terço das vítimas em todo o mundo são crianças. No Amazonas, de acordo com dados da Polícia Federal, nos três últimos anos foram registrados quatro inquéritos sobre tráfico humano.
“Me preocupa muito ver esses dados, mas não temos que trabalhar só com as consequências do tráfico de pessoas, temos que atuar na prevenção, ver o que está levando a esse número tão grande de vítimas”, diz a advogada Pollyana Vieira, coordenadora do Núcleo de Defesa da Mulher da DPE (Defensoria Pública do Estado do Amazonas), ao participar da abertura da campanha Coração Azul, no Centro de Manaus, nessa terça-feira, 30.
Para o defensor Roger Moreira, da Defensoria Pública Especializada na Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, a importância da campanha é dar visibilidade a esse crime e conscientizar a sociedade para combater e prevenir. “A Defensoria pode atuar como rede. Dentro dessa grande rede de enfrentamento ao tráfico de pessoas, a Defensoria tem o acesso aos vulneráveis, pessoas que muitas vezes não têm condições de pagar um advogado, que vão a uma delegacia mas não sabem quais são seus direitos”, disse.
A secretária de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania, Caroline Braz, disse a união de órgãos de proteção aos direitos humanos e a difusão das orientações nas escolas é essencial para combater o tráfico de pessoas. “Esse é um crime que atenta contra os sonhos das nossas mulheres, os sonhos dos nossos meninos, dos nossos jovens, que acabam sendo aliciados de forma tão maldosa. Que nós saibamos que o tráfico está próximo de nós, não é um crime que está acontecendo longe, apenas internacionalmente”, afirmou.
Como denunciar
O Disque 100 (Ministério dos Direitos Humanos) e o Ligue 180 (Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres) são canais de denúncias, inclusive internacionais (Ligue 180).