Da Redação
MANAUS – Três homens foram presos em Manaus na manhã desta quarta-feira na oitava fase da operação “Luz na Infância” de combate ao abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes na internet. Um deles passou mal durante a abordagem dos policiais e foi amparado pelos familiares . A ação é coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e ocorreu em outros 17 estados.
Os policiais civis fizeram buscas nos bairros da União, Crespo e São José Operário. Os três homens foram presos em flagrante, dois pelo crime de abuso e exploração sexual infantil na internet e um pelo porte de munição de arma calibre 556.
O delegado Heron Ferreira, da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos, disse que as informações sobre os alvos em Manaus vieram de um relatório técnico do Ministério da Justiça. “O Ministério da Justiça tem um laboratório de crimes cibernéticos em Brasília. Esse laboratório monitorou e identificou em um lado oculto da internet, ou seja, na deep web, uma conexão P2P”, disse. Segundo Ferreira, poucos têm acesso à conexão, que foi usada pelos presos. Suspeitos em todo o país foram identificadas pelo monitoramento do laboratório.
A delegada Grace Jardim, do 3º Distrito Integrado de Polícia, afirmou que um dos homens usava o celular para guardar o conteúdo pornográfico. “Nos deparamos com um rapaz que estava com o celular cheio de vídeos e fotos pornográficas infantis de crianças muito pequenas”, disse.
Grace Jardim disse que a perícia apura se o indivíduo também repassava o material. “Podem ser configurados mais crimes no decorrer do dia”.
O delegado Edgar Moura, do 23º DIP, afirmou que o homem preso no bairro da União resistiu a ação dos policiais e os moradores da casa não quiseram abrir. “Ao realizarmos o arrombamento da porta para entrarmos e lermos o mandado, percebemos que um deles estava muito nervoso. A gente até achou que poderíamos encontrar droga lá. Até porque o irmão desse alvo já havíamos prendido por tráfico de drogas no 23º DIP”, relatou.
O delegado disse que os irmãos do preso negaram que ele pudesse estar cometendo o crime. “Dois dos irmãos disseram: ‘não tem a mínima possibilidade de ter, isso está errado’. E aquele irmão que estava nervoso começou a passar mal. Aí ele disse ‘isso aí sou eu, não leva nada do meu irmão’”, afirmou.
O homem usava cartões de memória para armazenar os vídeos. “Ele esclareceu que através do celular ele acessava sites russos, baixava esse conteúdo para o cartão de memória, aí tirava o cartão, colocava num adaptador, inseria na televisão para assistir”, disse. “Ele colocou na televisão e de fato eram vídeos chocantes, cenas de pornografia e sexo infantil”, relatou.
Com o terceiro suspeito não foram encontrados arquivos de exploração sexual infantil, mas munições. A delegada Déborah Souza disse que embora ainda não tenham achado materiais relacionados à pornografia infantil, a perícia ainda analisa o que foi apreendido.
“Os materiais que foram apreendidos no cumprimento do mandado de busca e apreensão estão sendo analisados pelos peritos e posteriormente, após a análise, pode ser que venhamos a ter êxito em relação a algum crime, arquivo, alguma coisa relacionada ao crime de exploração sexual”, disse.
(Colaborou Alessandra Taveira e Walter Franco)