
Por Jullie Pereira, da Redação
MANAUS – Em Manaus, 605 candidatos nas eleições deste ano não têm ensino superior completo. Eles representam 43,7% das candidaturas registradas no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Os que possuem ensino superior são 611, representando 44% das candidaturas.
Outros 17 candidatos informaram que leem e escrevem, mas não concluíram nenhuma etapa da educação. Na média nacional, os candidatos que possuem superior completo são 24%; os que possuem apenas ensino médio completo são 38%. Os que leem e escrevem são 3,1%, cerca de 17 mil em todo o país.
Para o cientista social Luiz Nascimento, a baixa formação pode não significar falta de qualidade no pleito deste ano. “Quando você hoje fala que fulano é doutor, engenheiro, é como se ele recebesse naturalmente um prestígio, uma distinção valorativa. Quando você diz que alguém é analfabeto, você aplica uma distinção negativa, mas veja: esse recorte de formação escolar é elitista, não permite que os trabalhadores pobres e que não tiveram acesso à educação façam política, é como se a política fosse só dos detentores de prestígio”, disse.
Nascimento diz que a avaliação dos candidatos deve ser feita por meio de suas propostas de governo e não pelos títulos acadêmicos. “Devemos procurar outras coisas, que tipo de compromisso e projeto que essas candidaturas representam. Quem é que tá defendendo transporte público de qualidade? Quem tá defendendo espaços de sociabilidade das crianças em Manaus?”, disse.
Luiz Nascimento lembrou que a avalição pela escolaridade não vem de hoje, começou antes da República, época em que as pessoas eram prestigiada por seus bens materiais, chamados de duques e barões.
Ocupação
Entre as ocupações mais frequentes dos candidatos estão os empresários (147), os advogados (58) e os policiais militares (43).