Por Jullie Pereira, da Redação
MANAUS – O Ministério da Saúde enviou ao Amazonas 224.140 comprimidos de cloroquina e hidroxicloroquina somente neste mês de janeiro, quando o ministro Eduardo Pazuello e sua equipe montaram uma base em Manaus para acompanhar ações de combate à Covid-19 e defender o tratamento precoce da doença.
A quantidade é maior do que os comprimidos enviados em todo o ano de 2020. De março a novembro, o ministério enviou ao estado 223 mil comprimidos do medicamento. As informações fazem parte de relatório de itens que foram enviados pelo ministério à Cema (Central de Medicamentos do Amazonas).
O envio em massa tanto em 2020 quanto em janeiro de 2021 não trouxe nenhum resultado prático no sentido de amenizar as internações de pacientes. No Amazonas, 1.104 pessoas morreram vítimas da Covid-19 em janeiro deste ano, outras 539 pessoas tiveram suas mortes confirmadas por Covid-19 após os óbitos. Com isso, o Amazonas deve fechar o mês com mais de 1.643 registros de mortes pela doença.
O último envio de cloroquina feito pelo Ministério da Saúde ao Amazonas foi no dia 19 de janeiro, com 83.140 mil embalagens de 150 mg.
Na segunda-feira, 25, o STF (Supremo Tribunal Federal) determinou abertura de inquérito para investigar as medidas adotadas pelo ministro Eduardo Pazuello para conter o colapso da saúde em Manaus. O ministro está na cidade desde o início da semana e informou que não tem data para voltar à Brasília.
Situação no Amazonas
O Amazonas tem 3.234 pessoas internadas, entre confirmados e suspeitos da doença e outras 561 pessoas que aguardam um leito clínico e de UTI para serem hospitalizadas. A taxa de ocupação é de 89% dos leitos de UTI em Manaus. As informações são da FVS (Fundação de Vigilância em Saúde) e foram divulgadas na noite desta terça-feira, 26.
Apesar dos esforços para suprir a demanda de oxigênio, o insumo ainda está em falta e famílias internam familiares em casa por falta de leito. Segundo relatório de órgãos de controle, o valor do cilindro de 50 litros de oxigênio subiu de R$ 1,8 mil para R$ 5,8 mil.