Da Redação
MANAUS – Um eletricista de 47 anos foi preso em Manaus por estupro da enteada durante dez anos. Ele não teve o nome revelado para preservar a integridade da vítima, que hoje tem 18 anos.
“A vítima nos procurou no dia 26 de outubro deste ano. Ela relatou que os estupros aconteceram desde que ela tinha cinco anos e continuaram até ela completar 17 anos. Durante esse tempo, ela passou dois anos longe de casa, em uma tentativa de escapar dos estupros. Inicialmente, o padrasto só tocava as partes íntimas, mas com o passar dos anos ele passou a consumar o ato sexual, ainda durante a infância da garota. Ele chegou, inclusive, a dar dinheiro à vítima para que ela não contasse às pessoas o que acontecia entre eles”, disse a delegada Joyce Coelho, da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca).
A delegada disse que haviam dois Boletins de Ocorrência contra o eletricista. As ocorrências são de 2013 e 2014. Joyce Coelho disse que em 2013 a irmã da vítima e então filha biológica do homem, morreu em circunstâncias suspeitas, por pneumonia. Na época, um laudo de conjunção carnal feito na criança, que tinha dez anos, apresentou indícios de abuso sexual.
Joyce Coelho disse que a garota contou à mãe sobre os abusos quando tinha oito anos, mas a mulher não acreditou. Por conta disso, ela buscou ajuda em um abrigo, onde permaneceu por dois anos. Passado esse período, retornou à casa onde morava com a mãe e o padrasto e, novamente, voltou a ser estuprada. O padrasto também já agrediu fisicamente a jovem e a mãe dela. Em uma das ocasiões, ele chegou a quebrar a cabeça da enteada.
“Em decorrência de todo esse histórico de abuso e agressão por parte do padrasto, essa jovem apresenta sinais de depressão, com fortes tendências suicidas. Nós fizemos o levantamento e recebemos inclusive notificações de hospitais por onde ela já havia passado. Ela se automutila. Considerando todas essas informações, o abuso sexual crônico dessa jovem de 18 anos e essa suspeita que recai sobre ele, sobre o óbito da própria filha, representei à Justiça o pedido de prisão preventiva em nome dele”, disse Coelho.
Confissão
A delegada disse que o homem confessou o crime. Ele relatou, ainda, não lembrar precisamente quando os abusos iniciaram. Joyce Coelho ressaltou, ainda, que a mãe da jovem é conivente e omissa desde o início.