A educação é vista como atividade imprescindível para a formação do ser humano, levando ao aperfeiçoamento pessoal e social. Ela abrange não somente o aspecto profissional, mas também o emocional, o psicológico, o ético, o estético e o espiritual. Por tal importância a educação é reverenciada pela sociedade e assegurada pelo Estado.
Abrangendo tantas dimensões, a educação considera o homem como ser complexo e em permanente construção. Ela visa levá-lo a descobrir as suas potencialidades e incentivá-lo a transcendência, buscando a sua realização. Na busca da realização social, a educação pode orientar o ser humano a uma vivência dialética com o outro e construir as condições para a paz e a justiça em meio a cenários de guerra e intolerância.
A educação é essencialmente libertadora, pois prepara o homem para a liberdade e se realiza no exercício da cidadania. Por isso, o desmonte da educação é um ataque à democracia e ao próprio ser humano. O desprezo pela educação no Brasil é característica marcante do atual governo. O bloqueio de recursos da educação mina o funcionamento de universidades e centros de pesquisas, viabilizando a permanência do país no obscurantismo e na mediocridade.
Dando continuidade a uma política de demolição das universidades brasileiras, na última quarta-feira (06/10/2022) Bolsonaro deu mais um golpe mortal na educação superior, cortando 2,4 bilhões de reais do Ministério da Educação. Os cortes são realizados em favor da manutenção de orçamentos secretos em pleno período de eleição, sugerindo a utilização de recursos públicos para o pagamento de apoio de parlamentares nos diversos estados e municípios do território nacional.
Com tal iniciativa, Bolsonaro mais uma vez mostra que é capaz de fazer qualquer coisa para permanecer na cadeira presidencial, atingindo uma das principais instituições do Brasil e prejudicando milhares de estudantes que dependem dos recursos para continuar o seu processo de formação. O governo sabe que a educação é instrumento de empoderamento popular e tem procurado interromper esse processo reduzindo orçamentos, solapando a autonomia das instituições educativas e militarizando os processos formativos.
Depois de vários ataques às ciências humanas, agora o governo federal busca sabotar as universidades, ensejando colocar a última pedra de tropeço no caminho do Brasil, antes de ser derrotado nas eleições. É de conhecimento geral que sem educação um país não melhora as condições de vida, por isso para um governo de morte importa que as possibilidades de vida sejam erradicadas.
No entanto, ao contrário do que o atual governo prevê, diante desse ato desprezível o eleitor brasileiro e a eleitora brasileira reforçam as suas convicções de que os atuais ocupantes do palácio do planalto devem ser urgentemente destituídos. O povo brasileiro se prepara para festejar a democracia, elegendo um governo popular e mais comprometido com a educação.
Sandoval Alves Rocha Fez doutorado em ciências sociais pela PUC-RIO. Participa da coordenação do Fórum das Águas do Amazonas e associado ao Observatório Nacional dos Direitos a água e ao saneamento (ONDAS). É membro da Companhia de Jesus, trabalha no Intituto Amazonizar da PUC-Rio, sediado em Manaus.
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