Por Jullie Pereira, da Redação
MANAUS- A proposta de zerar ou mesmo reduzir a alíquota do ICMS sobre os combustíveis é ‘prematuro e perigoso’, afirma a vice-presidente do Confecon (Conselho Federal de Economia), Denise Kassama. Segundo a economista, o dinheiro que deixará de ser arrecadado com o tributo fará falta à gestão pública e pode afetar saúde e educação.
“Eu acho prematuro e perigoso reduzir o ICMS sobre combustível. Com certeza é uma grande arrecadação, que vai fazer falta na gestão pública. Pode até ter uma proposta de redução, mas tem que avaliar os números. Não se pode fazer nenhuma decisão pautada só no calor da emoção ou da pressão popular, a gente tem que avaliar os números”, disse Kassama.
A proposta de zerar o ICMS foi feita presidente Jair Bolsonaro. “Para o governo federal é muito cômodo falar para os estados ‘zerarem’ o ICMS sobre combustíveis, porque ele tem uma gama de artifícios de arrecadação. Existem vários tributos federais que garantem a arrecadação do governo federal. Quando a gente olha do prisma do governo estadual, a gente tem que lembrar que o ICMS é uma das principais fontes de arrecadação de qualquer governo estadual”, afirmou.
Kassama alerta aos consumidores que pedem a redução para se informarem sobre a destinação dos recursos arrecadados com o imposto. “Nós, como consumidores, é evidente que a gente quer pagar menos, mas a gente tem que lembrar que é esse ICMS que suporta nossa saúde, a merenda escolar. Então, nós temos várias utilizações do ICMS que se você simplesmente tirar, vai fazer falta em algum lugar”, diz.