Por Iolanda Ventura, da Redação
MANAUS – O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), prometeu novamente que enviará 50 mil doses da vacina Coronavac contra a Covid-19, mas só no final de fevereiro. O anúncio foi feito em seu perfil oficial no Twitter na tarde desta quinta-feira, 11.
Na publicação, Doria afirma que decidiu enviar o imunizante após receber confirmação de autoridades do Amazonas de que não haverá desvios das doses.
“Com a garantia das autoridades do Amazonas de que as vacinas vão chegar até quem mais precisa, o Governo de SP começa a enviar no final deste mês, de forma escalonada, lotes da vacina do Butantan contra Covid-19, até chegar a 50 mil doses”, escreveu.
Antes da declaração de Doria, o deputado federal Marcelo Ramos (PL) também se manifestou pelo Twitter pedindo ao governador que reconsiderasse sua decisão. “Quero fazer um apelo ao governador @jdoriajr! O povo do Amazonas não pode ser punido pela irresponsabilidade dos que furaram a fila ou permitiram que fosse furada. Peço que reconsidere a decisão de não enviar as 50 mil doses de vacina para o nosso povo”, escreveu.
Em seguida, Ramos se comprometeu em acompanhar todo o processo de aplicação da vacina. “Comprometo-me ainda, governador @jdoriajr, a pessoalmente e solicitando apoio dos órgãos de controle do Estado e da juíza @FraxeJaiza, nos autos do processo que já tramita na Justiça Federal, acompanhar, fiscalizar e encaminhar relatórios da aplicação da vacina ao Governo de SP”, disse.
Anteriormente, o governador havia informado ao ATUAL, através de sua Secretaria de Comunicação, que suspendeu o envio imediato das 50 mil doses da Coronavac devido à falta de planejamento e controle na vacinação no Amazonas.
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Apenas nesta quinta-feira, já com a manifestação de Doria, a presidente da OAB Amazonas (Ordem dos Advogados do Brasil), Grace Benayon, informou que encaminhou ofício ao governador requisitando urgentemente o cumprimento da promessa.
No documento, Benayon afirma que o Amazonas se encontra em situação de calamidade, com alto índice de mortalidade, a presença de uma nova variante do vírus e o grave déficit de equipamentos e insumos necessários ao combate da pandemia.
“Houve uma promessa dele que até agora não foi cumprida e essa postura de recuar com a ajuda não está ajudando o nosso Estado, conforme prometido. Precisamos salvar inúmeras vidas, salvar o comércio, a indústria e queremos saber quando essas vacinas vão chegar”, disse Benayon.
O governador de São Paulo prometeu enviar as vacinas pela primeira no último dia 17 de janeiro, mas não cumpriu. Doria chegou a ser cobrado pela juíza federal Jaiza Fraxe, da 1ª Vara Federal da Seção Judiciária do Amazonas, sobre o envio.