Da Redação
MANAUS – Um grupo de donos de flutuantes em Manaus promoveu manifestação em frente à sede do Governo do Amazonas, no bairro Compensa, zona oeste de Manaus, na manhã desta quarta-feira, 28. Eles pedem a reabertura dos locais e a exclusão dos balneários de decreto que fechou os estabelecimentos. A medida de restrição foi prorrogada nesta terça-feira, 27, no decreto que suspendeu por mais 30 dias o funcionamento desses serviços.
Os empresários alegam que os locais não representam risco de contaminação da Covid-19, apesar dos registros de aglomerações e autuações feitas pela fiscalização nos locais. A categoria também afirma que a reabertura visa atender a demanda de dezenas de trabalhadores que dependem do turismo local para sobreviver.
De acordo com Lúcio Bezerra, presidente da Afluta (Associação dos Flutuantes do Rio Tarumã-Açu), os flutuantes particulares de lazer são embarcações privadas destinadas à locação para pequenos eventos familiares e grupos de amigos, mediante agendamento prévio, que busca cumprir todas as recomendações dos órgãos sanitários.
“Esses empreendimentos não se enquadram no Decreto Estadual 42.792, de 24 de outubro, que prorrogou a suspensão de nossas atividades por mais 30 dias”, diz Bezerra.
Segundo Bezerra, a associação elaborou seu próprio Protocolo de Visitação, contemplando recomendações para o combate à doença.
O presidente da entidade afirma que através do sistema de locações diárias, os proprietários de flutuantes do Tarumã-Açu geram renda para 90% da comunidade ribeirinha local. Segundo ele, a maioria dos serviços é feita por algum morador da comunidade, buscando alternativas de geração de renda.
“São famílias residentes no Tarumã-Açu, beneficiárias direta ou indiretamente da atividade desenvolvida nos flutuantes, que sentiram a queda brusca na economia mensal de mais de R$ 324 mil, no total”, diz.
“Participando ainda desse ciclo de prestação de serviços, contamos com trabalhadores que executam reparos de manutenção diária, seja no auxílio à limpeza ou no suporte estrutural de cada flutuante. A perda calculada para esses trabalhadores está calculada em R$ 54 mil por mês”, afirma o presidente.
De acordo com Bezerra, cancelamentos e adiamentos de locações, além de causarem constrangimentos, por se tratarem de aniversários, casamentos e reunião de amigos, acumulam o prejuízo financeiro total de mais de R$ 360 mil por mês.
Além dos trabalhadores dos flutuantes, os 50 associados da Cooperativa dos Profissionais de Transporte Fluvial da Marina do Davi acumulam mais de R$ 216 mil de prejuízos mensais pelo fechamento dos locais, para os quais oferecem o serviço de transporte de passageiros a partir da margem do igarapé, diz Bezerra.
Confira a manifestação.