Da Folhapress
SÃO PAULO-SP – A declaração do presidente Donald Trump de aumentar a taxação de importações chinesas nos Estados Unidos continua a assustar os investidores. Na manhã desta terça-feira, 7, as principais Bolsas globais caíram 2%. O mercado doméstico acompanha e o dólar bateu os R$ 4.
No domingo, 5, o presidente americano tuitou que iria taxar em 25% US$ 200 bilhões de importações chinesas. Hoje, estes bens têm 10% taxas. Trump também prometeu cobrar 25% de taxas de outros US$ 325 bilhões de bens importados, hoje isentos. A promessa foi na contramão das negociações comerciais envolvendo Estados Unidos e China, que visam pôr um fim na guerra comercial travada desde 2018.
A diretora gerente do FMI, Christine Lagarde, advertiu
que as tensões comerciais entre China e EUA são uma ameaça para a economia mundial
e afirmou que os recentes ‘boatos e tuítes’ não são favoráveis a um acordo.
“Está claro que as tensões entre EUA e China são uma ameaça para a economia
mundial”, declarou a diretora do FMI à imprensa após um discurso no Fórum de
Paris sobre o endividamento dos países em desenvolvimento.
“Tínhamos a impressão de que esta ameaça estava diminuindo, que as relações melhoravam e que estávamos caminhando para um acordo entre Pequim e Washington. Esperamos que este continue sendo o caso, mas hoje há boatos, tuítes e os comentários não são muito favoráveis”, completou a diretora do FMI.
China e EUA retomarão as complexas negociações comerciais esta semana em Washington. O vice-premiê chinês Liu He visitará na quinta e sexta-feira a capital americana. A organização das negociações era incerta após o anúncio de Trump no domingo.
Após o anúncio da presença de Liu nas reuniões, as Bolsas asiáticas recuperaram parte das perdas da véspera. Hong Kong fechou em alta de 0,52%. O índice CSI 300, que mede o desempenho dos papéis das bolsas de Shangai e Shenzen, subiu 0,98%. No entanto, nos Estados Unidos, às 12h09, o índice Dow Jones tinha queda de 1,42%. S&P 500, de 1,53% e Nasdaq, de 1,72%.
O Ibovespa, maior índice acionário do Brasil, cai 1,49%, a 98.592 pontos. Durante as primeiras horas do pregão, a queda foi de mais de 2%. O dólar se valoriza internacionalmente com aversão ao risco.
No Brasil, a moeda sobe 0,75%, cotada a R$ 3,9890. Nesta terça está previsto o início das discussões na comissão especial da Câmara dos deputados para debater a Reforma da Previdência. A sessão deve trazer novas oscilações ao mercado doméstico.