MANAUS – Ontem, uma notícia pegou de surpresa os fãs de Chester Bennington. Músico e líder de uma das bandas mais importantes dos anos 2000 que fez parte da adolescência de muita gente, inclusive a minha. Partiu repentinamente. Muitos custavam a acreditar, o que teria levado um jovem de sucesso recorrer ao suicídio?
Quando a gente pensa em sucesso, também pensamos em dinheiro que parece ser a solução de todos os problemas, será? Não são poucos os casos de suicídio causados pela depressão. Que é um assunto que precisa ser discutido com uma urgência significante.
A depressão é na realidade uma ampla família de doenças, por isso denominada Síndrome. Há uma série de evidências que mostram alterações químicas no cérebro do indivíduo deprimido, principalmente com relação aos neurotransmissores (serotonina, noradrenalina e, em menor proporção, dopamina), substâncias que transmitem impulsos nervosos entre as células. Outros processos que ocorrem dentro das células nervosas também estão envolvidos.
Ao contrário do que normalmente se pensa, os fatores psicológicos e sociais, muitas vezes, são consequência e não causa da depressão. Vale ressaltar que o estresse pode precipitar a depressão em pessoas com predisposição, que provavelmente é genética.
A prevalência (número de casos numa população) da depressão é estimada em 19%, o que significa que aproximadamente uma em cada cinco pessoas no mundo apresenta o problema em algum momento da vida.Chester tinha 41 anos e era aparentemente saudável. Quem poderia imaginar que ele precisava de ajuda? Bom, é o que acontece diariamente na nossa vida social.
Lembro quando perdi um colega de sala de aula, quinta série do ensino fundamental, eu tinha apenas 11 anos mas fiquei pensando em como eu poderia ter sido tão boba ao ponto de não perceber que meu amigo precisava de ajuda. Cresci e percebi que essa situação só piora, pois na vida adulta não temos tempo de olhar para a dor de quem nos rodeia.
O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email, chat e Skype 24 horas todos os dias.
Sinais de Alerta
Tristeza profunda
Todos nós ficamos tristes e desanimados de vez em quando. Muitas vezes, desejamos não ter de levantar da cama, não ter de trabalhar naquele dia. Mas períodos de tristeza intensos e frequentes, que acabam afetando o cotidiano, levam à depressão. Com a tristeza vem crises de choro, o isolamento e a sensação de solidão.
Distúrbios do sono
Na depressão, devido à ansiedade, é comum a pessoa ter insônia. E quando ela finalmente consegue dormir, o sono é agitado e não reparador, o que contribui para o cansaço diurno.
Outro distúrbio é a hipersonia. Ela dorme muitas horas seguidas durante a noite e fica sonolenta no período em que está acordada.
Pensamentos negativos
“A vida é uma droga!”, “As pessoas não gostam de mim.”, “Jamais vou conseguir!”, “Sou um fracasso!”, “Nem adianta tentar.”, “Sou feio/gordo/magro demais/sem graça!”, “Seria melhor se eu estivesse morto.”, “Não dá para confiar em ninguém!”, “Vou me matar!”, são exemplos de pensamentos de uma pessoa em depressão. Ela perde a crença em si mesma, nos outros e na vida.
Desinteresse e apatia
- Ela perde o interesse pelas pessoas, por sexo, por trabalhar, por se divertir, pela vida de uma maneira geral.
- 5. Baixa autoestima
- A baixa autoestima gera ansiedade, medo e depressão. Uma pessoa com a autoestima abalada inferioriza-se, não se considera à altura daqueles que estão à sua volta, seja física ou intelectualmente.
- É comum pessoas muito acima e, algumas vezes, muito abaixo do peso, apresentarem depressão. Segundo este site de psicologia, “aproximadamente 30% das pessoas que procuram tratamento para emagrecer apresentam depressão. Em comparação com os magros, quem sofre com o excesso de peso tem até três vezes mais risco de, em alguma fase da vida, ficar deprimido”.