Na entrevista ao AMAZONAS ATUAL, o ex-vereador César Roberto Cerqueira Bonfim, que se converteu ao evangelismo, é taxativo: não é possível servir a Deus e ao diabo ao mesmo tempo. Isto é, à política. “Não dá para conciliar você querer servir a Deus e ser um político no meio do atual quadro que se encontra esse país, que é um mar de corrupção”, afirmou, contrariando a bancada evangélica nos parlamentos.
Amigos da onça
Bonfim também deixa claro que, durante o processo de cassação de seu mandato, em 1992, recebia apoio dos vereadores nos bastidores, mas nunca na tribuna. Aprendeu a lição: na política, a conveniência só é utilizada em público quando é para tirar proveito próprio, não em favor de terceiros.
Princípios, que princípios?
Bonfim se considera vítima, mas generaliza quando se refere à atuação na legislatura. “Eu não sou bandido e ia ter que me tornar um, disposto a fazer de tudo. É isso que o político tem que ser. Lá (no Legislativo Municipal) você não tem que ter princípios – essa palavra não existe para político. Eu disse para minha mãe: eu entrei e sai, mas não me tornei um político”, declarou, ao revelar que foi ameaçado por contrariar interesses.