MANAUS – Ao cobrar investigação e resposta rápida dos órgãos de segurança pública ao desaparecimento do policial militar Paulo Sérgio Portilho, 34, o deputado estadual Alcimar Maciel Pereira – o Cabo Maciel (PR) – atacou as entidades de defesa de direitos humanos no Amazonas em discurso no plenário da ALE (Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas), na manhã desta terça-feira, 30.
“Vá lá direitos humanos visitar a família desse policial para depois não vir falar merda (sic). Vá participar da força-tarefa pra depois não tá falando besteira”, disse, na tribuna. “Dez pessoas foram mortas pela polícia lá no Pará em um confronto e rapidinho aparecem todos os órgãos dando apoio, solicitando da segurança do Estado que apure, que dê resposta. Essa mesma atuação a gente gostaria que tivesse quando um servidor de segurança pública fosse morto para que a gente possa ter resposta rápida e dar um conforto aos familiares que estão aflitos neste momento”, prosseguiu, referindo-se ao massacre de trabalhadores rurais sem terra em Pau D’Arco, no sudeste do Estado. A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará afastou 21 PMs e oito policiais civis por envolvimento no caso. A chacina ocorreu no dia 24 deste mês.
Cabo Maciel defendeu a revogação da Portaria nº 012, de 9 de janeiro de 2017, do Comando da Polícia Militar do Amazonas, que obriga os PMs a deixarem suas armas no quartel quando estão de folga. “´um absurdo. Em serviço, o policial apreende drogas, prende homicidas. Quando sai do quartel vira um cidadão comum”, disse o deputado.
“Isso tem gerado problemas sociais e emocionais. Policial militar, independe de estar de serviço ou não, precisa estar armado 24 horas para defender a si, sua família e a população. Precisa estar armado porque no deslocamento dele para casa, se passar próximo a uma área comercial, a uma área bancária e tiver um assalto, ele vai agir. Se tiver desarmado vai ficar como qualquer cidadão, amedrontado, com medo de ser morto e a gente precisa manter os policiais armados”, afirmou Maciel. “Ou a gente toma postura para os policiais militares serem respeitados no Estado ou a gente vai ter que ligar para os números dos traficantes pedindo ajuda, para o número dos bandidos pedindo ajuda. Os nossos policiais militares estão sofrendo retaliação”, declarou.
O parlamentar, que é ex-policial militar, não aceita a atuação de entidades de direitos humanos apenas quando o Estado age contra os cidadãos. “Direitos humanos é para defender os humanos. Não interessa se é servidor do Estado, da federação ou um simples cidadão de bem, trabalhador. Os direitos humanos tem que defender o cidadão de bem”, disse.
Desaparecido
Paulo Sérgio Portilho desapareceu na sexta-feira, 26, quando foi visto pela última vez saindo de casa, no conjunto Águas Claras, bairro Cidade Nova, zona norte, por volta das 22h. Em nota, a SSP Secretaria de Segurança Pública do Amazonas) informou que formou uma força-tarefa para localizar o policial, que o policial trabalha no Comando Geral da PM.
Um tênis e um capacete preto com listras brancas foram encontrados em um matagal, no quintal de uma casa, próximo a um sítio na zona norte da cidade. A motocicleta de Portilho não foi localizada.