Por Diogo Rocha, do ATUAL
MANAUS – Os vereadores Marcelo Serafim (PSB) e Rodrigo Guedes (Podemos) bateram boca na sessão desta terça-feira (19) da Câmara Municipal de Manaus. A discussão ocorreu na audiência pública sobre o Projeto de Lei nº 417/2023 que “dispõe sobre o serviço de entrega em domicílio (delivery) em condomínios residenciais, edifícios e salas comerciais”.
Marcelo Serafim acusou de “mentiroso” o entregador Kelvin Clay, da associação Rota 92 e representante da categoria, por relatar que motoboys têm sofrido assédio sexual de um morador do condomínio Concept, no bairro Adrianópolis, zona centro-sul de Manaus, onde o vereador mora. O acusado, segundo o profissional de delivery, oferece dinheiro em troca de sexo.
O parlamentar disse que o motoboy estava equivocado já que no endereço citado mora um “respeitadíssimo médico” de Manaus. Trechos das declarações do entregador e de Serafim foram divulgados nas redes sociais e causaram grande repercussão.
“Isso é grave. Isso é muito grave. Está o prédio inteiro [falando sobre o caso de assédio sexual], todo mundo conhece o morador. Me desculpe, vossa senhoria [motoboy Kelvin Clay] mente dentro deste plenário [da Câmara Municipal] e terá que comprovar na Justiça o que vossa senhoria está falando. Isso é grave, isso é grave. Houve uma ofensa e estou me insurgindo contra a ofensa”, disse Marcelo Serafim.
Em defesa do entregador, o vereador Rodrigo Guedes, que também é autor do PL debatido na audiência pública, rebateu a acusação do colega. Guedes prometeu denunciar o caso à polícia para obter boletim de ocorrência e também pedir investigação.
“O vereador [Marcelo Serafim] não pode dizer que o entregador está mentindo. […] Como é que ele sabe? Ele está lá [no apartamento do acusado]? Eu vou com o entregador se for o caso na delegacia para a gente fazer qualquer investigação. Ele processa o entregador se for o caso, mas dizer que ele está mentindo? Não. Ele não está lá na porta do morador. Chegar aqui e dizer que um trabalhador está mentindo é grave igualmente. Para proteger amigo. Ele não sabe a vida pessoal de todas as pessoas do condomínio. Respeite os trabalhadores, vereador Marcelo Serafim”, esbravejou Guedes.
O presidente da CMM, Caio André (Podemos), interveio no bate-boca. Ele disse que os vereadores deveriam procurar os meios legais para que o caso fosse apurado.