Por Felipe Campinas e Iolanda Ventura, da Redação
MANAUS – O ex-vereador de Presidente Figueiredo (a 119 quilômetros de Manaus) Maurício Gomes de Souza, 42, mais conhecido como Magom, preso na quarta-feira, 9, junto com a esposa Jussara da Silva Marreiro, 32, por suposto golpe de R$ 2,6 milhões na venda de um imóvel alugado, afirmou que a acusação contra eles trata-se de perseguição política. Magom disse que apresentará recibos que comprovam o pagamento do imóvel e que tem certeza que será solto.
“Vai ser comprovada a minha inocência. Quem era para estar algemado é a pessoa que me vendeu a casa, que é o senhor Jonny, que recebeu R$ 2,058 milhões. Eu tenho como provar. Daqui a pouco eu vou estar solto, com certeza, porque vai se fazer Justiça a meu favor. (…) É perseguição política e eu vou ganhar a eleição porque eu sou candidato”, afirmou Magom.
De acordo com o delegado Demétrius Queiroz, através de uma procuração falsa, Magom e Jussara venderam por R$ 2,6 milhões um imóvel alugado em um condomínio na zona centro-sul de Manaus. Segundo as investigações, o casal entregou três cheques sem fundo, cada um no valor de R$ 1 milhão, ao proprietário da casa.
“Ele (o proprietário) veio tomar conhecimento muito depois, quando foi entrar no condomínio para ver a casa dele, cobrar os aluguéis que estavam em atraso. O Maurício não renovava mais o contato, quando ele voltou lá no condomínio, já tinha outro dono. Ele foi tomar conhecimento de tudo e trouxe o caso à delegacia”, afirmou Demétrius Queiroz. Conforme o delegado, a Polícia Civil está investigando a participação do cartório onde foi registrada a procuração.
O delegado afirmou que Magom responde a um homicídio, dois estelionatos e uma falsificação de documento público na Justiça do Amazonas. Além do crime de estelionato, o ex-parlamentar é alvo de outro inquérito que será instruído após a oitiva do casal. “São muitos processos que ele responde, vários B.Os, e agora mais um que nós representamos pela prisão preventiva dos mesmos visto que eles são criminosos reiterados”, afirmou Queiroz.
Jussara Marreiro foi incluída nas investigações, segundo Queiroz, porque assinava documentos da empresa na qual é sócia do marido, incluindo contratos de locação.
Perseguição política
Ao alegar que a prisão preventiva trata-se de perseguição política, Magom afirmou que chegou a pagar em dinheiro R$ 2,058 milhões ao proprietário do imóvel e o restante, de aproximadamente R$ 1 milhão, que não chegou a ser pago acabou sendo transformado em perseguição política. “Eu fui um dos vereadores que denunciei a maior corrupção de houve na cidade onde eu sou político”, afirmou Magom.
Sobre os três cheques sem fundo entregues ao proprietário do imóvel, Magom disse que trata-se de caução, mas que a dívida foi paga em dinheiro. “Não houve cheque sem fundo. O cheque foi dado por por caução. Foi pago em dinheiro. O recibo está aí e fala referente ao cheque”, disse o ex-vereador.
Magom também negou que a mulher tenha participado da negociação. “Ela é mãe, dona de casa, não tem nada a ver com essa história. A história é minha, eu vendi o que é meu, eu comprei, eu paguei, eu tenho recibos aqui na delegacia que foram entregues com o papel timbrado da empresa, eu paguei R$ 2,058 milhões de dinheiro meu”, afirmou Magom.