SÃO PAULO – Um bloco para homenagear o primeiro militar reconhecido como torturador na ditadura. Outro bloco para compartilhar saudades do ex (presidente, nesse caso). Nesse carnaval as fantasias e o glitter dividiu espaço com algumas polêmicas que foram parar na justiça. Foi o que aconteceu com o bloco “porão do Dops”.
O tribunal de Justiça de São Paulo proibiu o uso de expressões, símbolos e fotografias que poderiam ser entendidos como “apologia ao crime de tortura”, nas redes sociais ou nos desfiles públicos. O Facebook removeu o evento. Na descrição do evento, na cidade de São Paulo, os organizadores convidam “todos os brasileiros anticomunistas” para um “bloco de direita”. E prometem cerveja, carne e marchinhas opressoras.
Na contramão do bloco Dops, o “ai que saudade do meu ex” convida os carnavalescos que defendem o ex-presidente Lula, p´re candidato à eleição presidencial e condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro.
Organizado pela militância do PT em Belo Horizonte (MG), o desfile aconteceu. “Traga seu instrumento, sua camiseta vermelha, sua indignação nesse movimento de resistência e de luta!”, dizia o evento no Facebook.
Tem até frase motivacional do petista.
Não desistam nunca. Não esmoreçam nunca. Não desanimem nunca. Porque eles estão tirando de nós o direito de ser feliz, o direito de sonhar e o direito de ter esperança.
Luiz Inácio Lula da Silva
O ex presidente também foi tema de outras folias. Em João Pessia (PB), uma referência à condenação no caso triplex do Guarujá. Aliados de Lula dize, que ele foi condenado injustamente. “Vamos gritar Lula ladrão roubou meu coração, vamos levantar nossas bandeiras, vestir vermelho, vamos comer pão com mortadela, tomar cerveja barata e mostrar a força do povo”, dizia a organização.
Ficou claro que o brasileiro sente-se cada vez mais à vontade em expor suas opiniões políticas mesmo em época de carnaval que seria para total divertimento e lazer. Em ano de eleições é normal que as emoções estejam afloradas, resta esperar e ver o que vai acontecer quando o carnaval acabar e a opinião chegar nas urnas.