Por Josué Seixas, da Folhapress
MACEIÓ – A atacante da Zâmbia Barbra Banda sabe fazer gols. Aos 21 anos, ela é um dos destaques do futebol na Olimpíada de Tóquio: são dois hat-tricks em dois jogos. É o dobro de gols de Marta nesta edição das Olimpíadas, por exemplo, e o maior registro goleador individual desde Christine Sinclair, em Londres-2012.
Miedema, da Holanda, também tem seis gols. Já Marta está a um gol de igualar Cristiane, com 14, como maior artilheira da história da competição olímpica.
Nesta terça-feira (27), às 8h30 (Brasília) -Globo, SporTV e Bandsports transmitem-, o Brasil precisará descobrir como parar Barbra para passar de fase, e isso traz preocupações ao sistema defensivo da seleção, que está recebendo críticas após falhas da goleira Bárbara no empate contra a Holanda.
O Brasil é vice-líder do Grupo F, com quatro pontos, e está praticamente classificado para a próxima fase. A líder do grupo é a Holanda, com a mesma pontuação, mas tem saldo de gols melhor.
A Zâmbia, no entanto, ainda tem chances de classificação – dois dos três melhores terceiros lugares avançam para as quartas de final -, assim como a China. As duas seleções empataram em 4 a 4 na última rodada e têm um ponto conquistado em dois jogos.
“É bom fazer história quando se tem a oportunidade, então eu preciso continuar trabalhando duro para quebrar mais recordes. Eu ainda tenho um caminho longo a percorrer, só preciso ser disciplinada porque tenho como objetivo ser a melhor do mundo. Ainda temos esperança e tenho certeza de que vamos conseguir algo no próximo jogo”, comentou Barbra em entrevista coletiva.
O Brasil começou bem a campanha em Tóquio ao vencer a China por 5 a 0, com dois gols de Marta. Na partida mais difícil do grupo, contra a Holanda, atual campeã europeia e vice-campeã mundial, veio o empate em 3 a 3.
“A gente sabia que seria um jogo difícil. Se a gente pensar em tudo que fizemos na partida, acredito que fizemos um bom trabalho. Lógico que temos muito a melhorar, principalmente o gol que tomamos no comecinho. Temos que estar atentas porque, contra uma equipe qualificada como a Holanda, precisamos estar o tempo inteiro ligadas. Mas conseguimos correr atrás e fazer os gols”, disse Marta, após a partida.
Um dos aspectos que o Brasil tem a melhorar é justamente a defesa. Na partida contra a China, a goleira Bárbara foi um dos destaques. O bom momento não se repetiu contra a Holanda. Em dois dos três gols gols, marcados por Miedema e Dominique Janssen, ela chegou a encostar a mão na bola, mas sem a firmeza necessária para evitar os gols.
Apesar das críticas ao seu desempenho, Bárbara será mantida na equipe, afirmou a técnica Pia Sundhage em entrevista coletiva nesta segunda (26).
“Se você olhar o primeiro jogo da Bárbara (goleada por 5 a 0 sobre a China), ela nos salvou algumas vezes. Contra a Holanda, teve bons momentos também. Você precisa de uma goleira experiente, e não sou fã de mudar uma goleira durante o torneio”, disse a treinadora.
Em Tóquio, o Brasil tenta voltar ao pódio olímpico. As únicas medalhas da seleção vieram em Atenas-2004 e Pequim-2008. As duas pratas foram conquistadas em derrotas contra os Estados Unidos.
Em Londres-2012, a seleção foi eliminada nas quartas de final ao perder para o Japão. No Rio de Janeiro, em 2016, foi derrotada pela Suécia nos pênaltis na semifinal e ficou com o quarto lugar ao perder para o Canadá na disputa pelo bronze.
Sob o comando da técnica Pia Sundhage, a seleção brasileira acumula 12 vitórias, 6 empates e 2 derrotas.
Em Olimpíadas, a treinadora possui currículo invejável, com duas medalhas de ouro dirigindo os EUA (Pequim-2008 e Londres-2012) e uma prata pela Suécia (Rio-2016). O jogo do Brasil terá transmissão da Globo e do SporTV.