MANAUS – As construtoras que têm parceria com o governo federal para executar obras do programa Minha Casa Minha Vida no Amazonas reclamam de atraso na liberação de recursos e analisam a possibilidade de paralisar as obras, caso o repasse de dinheiro não seja normalizado. Nesta terça-feira, 30, representantes do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil) de vários Estados brasileiros se reúnem com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, em busca de uma solução.
De acordo com o presidente do Sinduscon-AM, Eduardo Lopes, praticamente, todas as obras que necessitam do repasse do Minha Casa Minha Vida estão em atraso. “Quase todas as obras são pagas com atraso. A reunião, pelo que sabemos, é para definir uma forma de regularizar os débitos em até 15 dias”, informou.
“Há casos de construtoras que esperaram por 30 dias, 60 dias e até 90 dias para receber o repasse do governo federal. Um exemplo, de quem esperou 90 dias, é a obra do programa em Coari. Hoje, por consequência, todo o planejamento está atrasado e isso afeta todas as etapas do processo de construção”, afirmou Lopes.
Atualmente, segundo o Sinduscon, três obras do Minha Casa Minha Vida, na faixa 1, que requer subsídio do governo federal, estão sendo realizadas no Amazonas. “Há um canteiro de construção da RD Engenharia, em Manaus; outro da NV Construtora, em Iranduba; e o terceiro, da Plataforma, em Coari”, disse o presidente do Sinduscon-AM.
Para Eduardo Lopes, é muito difícil saber, exatamente, quantas outras obras há do programa no Estado, porque nem todas as construtoras que executam projetos desta linha são associadas à entidade, e pode haver a modalidade de ‘entidade’, quando empresas solicitam à Caixa Econômica aprovação para executarem um projeto.
Modalidades
O presidente do Sinduscon informou, também, que os projetos em que há atrasos nos repasses de verba são do Minha Casa Minha Vida faixa 1, em que o governo assegura todo subsídio aos moradores.
Atualmente, no Amazonas, há outras obras do programa, que Lopes não soube informar quantas, contempladas nas faixas 2 e 3. “Neste caso, o mercado é quem financia os custos e estas obras estão caminhando”, assegurou o presidente.
Governo
A Caixa Econômica não respondeu aos questionamentos da reportagem sobre repasses de recursos e inadimplência, e disse que as explicações deveriam ser solicitadas ao Ministério das Cidades.
A instituição informou que, no Amazonas, já foram entregues desde o início do programa 18.408 unidades do Minha Casa Minha Vida, beneficiando 73 mil pessoas, sendo 12.515 na faixa 1; 3.733 na faixa 2; e 2.160, na faixa 3. Outras 5.683 unidades estão em fase final de obra, segundo a Caixa.
O AMAZONAS ATUAL pediu informações por e-mail ao Ministério da Cidades, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta.