Comunidade teme que a pista desabe e um veículo caia na cratera de mais de 30 metros de altura
MANAUS – Um grupo de moradores do bairro Puraquequara protestaram, na manhã deste sábado (11 de janeiro), e sinalizaram com pedaços de madeira e galhos de árvores um trecho da Estrada do Puraquequara que ameaça desabar com as chuvas. O problema vem sendo denunciado há mais de um mês, inclusive com matéria publicada no ATUAL, mas até hoje nenhuma providência foi tomada nem em relação à sinalização do local nem para evitar que a pista seja engolida pela cratera que se formou com a erosão.
A sinalização é para evitar que os carros, ônibus e caminhões passem muito próximo ao local do perigo, que fica próximo à empresa Transportadora Transeno, depois de uma guarita desativada da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), no Distrito Industrial 2.
O presidente da Associação de Moradores do Puraquequara, Elton de Jesus, afirma que já comunicou a Suframa – responsável pela área que fica no Distrito Industrial 2 –, o governo do Estado e a Prefeitura de Manaus sobre o risco que a cratera representa. A Associação também encaminhou documento para o Ministério Público Federal e para a Defesa Civil, de acordo com Elton de Jesus. “As autoridades já foram avisadas, mas não tomaram providências”, disse.
O líder comunitário informou que as chuvas dos últimos dois dias em Manaus causaram mais erosão no local e derrubaram as raízes que sustentavam a sarjeta da estrada. Desde a publicação da reportagem do ATUAL, no dia 18 de dezembro passado, a cratera avançou quase um metro para debaixo da pista. “O que toda a comunidade teme é que isso aqui desabe na hora que um ônibus for passando pelo local”, disse Elton de Jesus.
Um motorista de ônibus da linha 621 (Nova Vitória), que se identificou como Antônio Carlos, parou o veículo e desceu para avaliar o problema. “Está muito perigoso. A qualquer hora pode desabar”, disse, antes de seguir viagem.
O empresário Stones Machado, proprietário da empresa Dantec (que fabrica peças para motocicletas), afirma que a área precisa ser liberada pelo Instituto de Proteção Ambiental (Ipaam) para receber aterro, mas essa autorização não é dada. Machado contou que outra área do Distrito Industrial 2, próximo da Dantec, também ameaçava cair e ele aterrou por conta própria. “Fui multado por ter feito o aterro, mas se não tivesse feito, minha fábrica estaria correndo risco. Aqui eles precisam liberar para receber aterro. Eu já pedi para aterrar e o Ipaam não autorizou”, disse.
O Ipaam não libera a área para receber aterro porque no local havia um córrego, que foi aterrado quando da construção da pista, há mais de 20 anos. O barro que desce com a erosão aterrou o leito e não há mais água. Apenas quando chove a água da pista desce ladeira abaixo levando parte do aterro que segura a estrada.
Rui Barbosa, morador do Puraquequara, disse que um funcionário da Prefeitura de Manaus que trabalha no Distrito de Obras da Colônia Antônio Aleixo, esteve no local nesta semana, mas afirmou que o problema é de responsabilidade da Suframa. “Ele disse que ia levar o problema para ser avaliado na Secretaria Municipal de Infraestrutura, mas não sabia se a Prefeitura tomaria qualquer providência”, afirmou Barbosa.
Uma equipe do Programa Ronda no Bairro, da Polícia Militar, parou no local ao ver a movimentação dos moradores, e comunicou, via rádio, o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil, que prometeram ir ao local. Até às 12h30 nenhum dos órgãos havia chegado.
A sequência de fotos a seguir mostram a ação dos moradores e a situação do local.