Da Redação, com informações da Semcom
MANAUS – Representantes de prefeituras e instituições nacionais e internacionais que participaram do 1º Fórum de Cidades Amazônicas visitaram, ao final da programação do evento, um núcleo indígena na comunidade São João do Tupé, na RDS (Reserva de Desenvolvimento Sustentável) do Tupé, gerida pela Prefeitura de Manaus.
A agenda especial, realizada na tarde de sexta-feira (6) teve como finalidade permitir a experiência de vivenciar o turismo de base comunitária no Baixo Rio Negro, que é uma das estratégias de desenvolvimento socioeconômico para as comunidades ribeirinhas, especialmente para os grupos indígenas advindos do Alto Rio Negro, que ocupam a reserva. Eles assistiram e participaram de um ritual indígena da etnia Tuyuka.
Recentemente, a Semmas (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade), gestora da RDS, aprovou resolução regulamentando a atividade turística explorada pelos grupos indígenas na reserva. A comitiva que participou da visita foi formada por aproximadamente 50 pessoas e tomou conhecimento acerca dos desafios da gestão ambiental da RDS, assim que desembarcou.
Para o secretário municipal de Meio Ambiente, Antonio Nelson de Oliveira Júnior, a visita foi uma oportunidade de transmitir a realidade de comunidades ribeirinhas com núcleos indígenas.
“Nossa intenção foi a de mostrar um pouco da vivência de famílias que vivem numa reserva de desenvolvimento sustentável, gerida pela Prefeitura de Manaus, depois de dois dias produtivos de trabalho que resultaram na aprovação do Pacto de Cidades Amazônicas”, afirmou o secretário.
Na avaliação do secretário executivo do Iclei (sigla em inglês para Governo Local pela Sustentabilidade) na América Latina, Rodrigo de Oliveira Perpétuo, comentou a experiência: “Pudemos conhecer a navegação, o modo de vida de cidadãos que vivem em uma RDS, as extensões municipais características da região e o trabalho da Prefeitura de Manaus, que requer recursos que não podem ser acessados porque o sistema nacional de meio ambiente e os fundos internacionais não permitem”, afirmou.
O diretor de Áreas Protegidas da Semmas, Márcio Bentes, explicou que áreas protegidas municipais como a RDS do Tupé não são contempladas com recursos de programas e fundos nacionais e internacionais. “O Pacto de Cidades Amazônicas é o pontapé inicial para mudarmos essa situação”, afirmou Bentes.
A coordenadora de Projetos da Fundação Konrad Adenauer, Marina Caetano, enxerga na experiência dos indígenas do Tupé uma forma eficiente de desenvolvimento sustentável. “Experimentamos aqui a iniciativa de reunir as pessoas que estão querendo desenvolver a região amazônica de maneira diferente, não insistindo mais em modelos que não dão certo e pensando na melhoria da qualidade de vida das pessoas nas cidades amazônicas seja em ambientes urbanos ou de florestas”, afirmou Marina.
A Fundação Konrad Adenaeur, organização não-governamental alemã, foi umas instituições internacionais parceiras do evento.
Fórum
O 1º Fórum de Cidades Amazônicas foi encerrado na sexta-feira com a leitura do Pacto das Cidades Amazônicas, documento final da conferência internacional.
O pacto foi o resultado de uma discussão entre prefeitos e representantes de municípios que compõem a Amazônia Legal Brasileira.