Da Redação
MANAUS – O prédio do regime semiaberto do Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), em Manaus, desativado em abril deste ano, será adaptado para uma nova unidade do regime fechado. O Compaj 2 já está em obras e a estrutura será em concretagem de alta resistência com fibras de vidro e de polipropileno, que praticamente inviabiliza cavar túneis, segundo informou a Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária). A tecnologia foi utilizada no Complexo Penitenciário de Canoas (Pecan-1), em Canoas, no Rio Grande do Sul. Nova unidade terá 900 vagas.
“É comprovado que a unidade em Canoas é de um padrão excelente de segurança, o que facilita o trabalho das pessoas que atuam no sistema prisional e impossibilita que os presos realizem ações para cavar túneis ou tocas para esconder armamento e objetos proibidos”, disse o secretário de Administração Penitenciária Cleitman Coelho.
Segundo o secretário da Seap, a unidade é feita de celas pré-moldadas de fabricação da empresa Verdi Sistemas Construtivos S/A, com sede em Charqueadas. A unidade de Canoas foi construída no período de 12 meses, e inaugurada em 2014.
A construção do Compaj 2 custará R$ 70 milhões, sendo R$ 65 milhões para a obra e os outros R$ 5 milhões para mobília, tecnologia e equipamentos de segurança e fiscalização. O governo do Estado já liberou R$ 50 milhões.
Vantagens
A concretagem de alta resistência com fibras de vidro e de polipropileno torna o concreto mais firme, contribuindo para um melhor desempenho quanto a cargas dinâmicas, cíclicas e de impacto do painel de concreto. As celas pré-montadas apresentam alto nível de segurança, grande durabilidade, salubridade, funcionalidade e baixo custo operacional.
Cleitman Coelho disse que o principal objetivo de utilização do modelo do Rio Grande do Sul para o sistema prisional de Manaus é garantir a efetividade de uma unidade prisional, para execução das penas dos presos sem acesso a objetos ilícitos e evitar planos de fugas. “A iniciativa de buscar novas tecnologias de construção visa garantir a plena execução das penas, previstas na Lei de Execução Penal (LEP), e promover a custódia do preso com a certificação de segurança e buscando minimizar cada vez mais os riscos de fuga”, afirmou.
A tecnologia da obra utilizada no Rio Grande do Sul permite também que os agentes penitenciários que atuam na unidade não tenham contato direto com os internos para movimentações e procedimentos de abertura e tranca das celas, nos momentos em que os presos têm direito a banho de sol, visitas ou saída para atendimentos médicos e audiências em fóruns. No corredor dos pavilhões onde se localizam as celas, um corredor por cima da estrutura é montado para que o agente caminhe através de uma passarela para executar os comandos.
O Amazonas possui um déficit de 88% de vagas no Compaj, que é atualmente a unidade que abriga 854 presos condenados. A construção do Compaj 2 tem como objetivo atender o planejamento do Governo do Estado em ampliar e reformar o Compaj, inaugurado em 1982. Todos os presos do atual regime fechado serão transferidos para o Compaj 2 assim que a construção da nova unidade for concluída.