MANAUS – Sabe-se agora que Fabrício Queiroz não é um midas dos negócios com carros usados, mas com o uso de cargos ocupados. Ele admitiu em depoimento por escrito ao Ministério Público que ‘recolhia’ – novo significado para extorsão – parte dos salários de funcionários do chefe, Flávio Bolsonaro, para dar a terceirizados à disposição do chefe. O assessor de confiança era um Robin Hood de gabinete, que tirava dos que constavam na folha para dar aos que não constavam. O esquema ‘É Nóis, Queiroz’ já teve várias versões: a bolada de dinheiro movimentada era fruto de vendas de carros usados. Não colou. O MP não encontrou ninguém que tenha comprado carro do Queiroz. Desconfiou-se tratar de carros de corrida, pois sumiram todos e bem rápidos. Depois, era resultado da venda de imóveis. Piorou. O MP não achou nenhum imóvel e deduziu se tratar de móveis, pois não estavam no lugar indicado por Queiroz. O assessor definiu o esquema como ‘desconcentração de remuneração’. O MP pesquisa até hoje no dicionário para saber que raios isso significa. Na prática, era o milagre da multiplicação dos assessores.
Ele pediu perdão a Sérgio Moro. Aleluia! Estás salvo, Queiroz.