Da Redação
MANAUS – As empresas de especialidades médicas que prestam serviços para a Susam (Secretaria de Estado de Saúde) anunciaram que receberam uma “proposta razoável” do Governo do Amazonas e que normalizaram os serviços nesse domingo, 10. Uma nova reunião será realizada na tarde desta segunda-feira, 11, para discutir o desabastecimento de medicamentos e as condições de trabalho.
De acordo com o cirurgião José Francisco dos Santos, que é representante das empresas médicas, entre as propostas do governo está o pagamento de duas cotas atrasadas, empréstimo bancários para pagar outras faturas dos contratos e abertura de diálogo para melhorar as condições de trabalho.
“Recebemos uma proposta razoável do Governo do Estado, uma proposta que nós entendemos ser responsável da gestão que agora se encontra no poder, que assumiria os débitos das gestões anteriores para o pagamento dos médicos e cumpririam mensalmente seus compromissos do exercício do ano corrente. E principalmente se comprometeram em um espaço menor possível de resolver as condições de trabalho e o abastecimento das unidades do Estado”, afirmou o médico.
José Francisco dos Santos afirmou que o Estado pagou 100% do mês de dezembro de 2018. A expectativa das empresas é que até o final deste mês o governo pague 100% do mês de janeiro deste ano.
O governo se comprometeu em consultar o Banco do Brasil, Bradesco e BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) sobre a possibilidade de fazer empréstimo. O dinheiro deve ser usado para normalizar os pagamentos no ano de 2019.
“O secretário de saúde entrou em contato para informar que o Estado estaria fazendo empréstimo para angariar recursos para a Saúde. Falou também que tem uma contenção de 20% em todas as secretarias e que seriam destinados à Saúde”, afirmou José Francisco dos Santos.
Os médicos foram informados que pagamentos atrasados a partir de agosto deste ano deverão ser feitos com dinheiro do FTI (Fundo de Fomento ao Turismo do Amazonas). A ALE (Assembleia Legislativa do Amazonas) já sinalizou que deverá autorizar o uso do recurso para a área da Saúde.
Reposição de medicamentos
A reposição de remédios na Central de Medicamentos e unidades de Saúde deverá alcançar 50% em 15 dias. A promessa foi feita aos médicos, que colocaram em pauta a falta de insumos e condições de trabalho dos profissionais.
” Os insumos continuam precários. A gente continua dentro do hospital faltando esparadrapo, faltando condições mínimas de atendimento, e principalmente o número de insumos faltando de medicações é muito grande. Falta anestesia, o cirurgião não consegue operar porque não tem fio adequado, a gente fica improvisando o tempo todo”, afirmou José Francisco dos Santos.
Ainda de acordo com o médico, as discussões devem continuar nesta segunda-feira, 11, com o secretário de Saúde, Carlos Almeida Filho, para o abastecimento de medicamentos nos hospitais e unidades de Saúde.
“A nossa briga não é só por salários. A gente resolveu uma parte. O mais importante é os abastecimentos das unidades serem mantidos e a as condições de trabalho serem reorganizadas pra gente poder atender a população com dignidade”, disse o médico.
“O cronograma proposto pelo governo é grande, uma proposta razoável e acima de tudo com determinada firmeza para se ter o cuidado de não se prometer o que não se pode cumprir”, Francisco dos Santos
Além disso, os trabalhadores afirmaram que a proposta, que é a longo prazo, “vem de encontro ao que nós esperávamos”. “Nós vamos permanecer atendendo com três meses de salários atrasados e sem reajuste há 15 anos do nosso contrato. Mas vamos manter a mobilização no sentido de tornar público o abastecimento das unidades”, disse José Francisco, que falou pelas seguintes empresas: ICEA, COOPANEST, IGOAM, ITOAM, IMED-AM, COOPERCLIM, COOPANEO, COOAP, SAPP, CNA, CARDIOBABY, COOPATI, UNINEFRO e UNIVASC.