Por Maria Derzi, da Redação
MANAUS – Data comemorativa de maior volume de vendas no comércio, o Natal não foi motivo de comemoração pelos empresários lojistas do Centro de Manaus. A expectativa da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDLM) era obter um crescimento igual ou superior ao do ano passado, de 2,5% nas duas semanas que antecedem o feriado, mas o desempenho ficou em 1,8%. Entre as causas do pouco volume de vendas está a chuva.
“Esperávamos mais. Tivemos um volume de chuvas muito grande nessas datas (de 18 a 24 deste mês) que gerou muitos problemas para que os consumidores fossem às compras. Nós estávamos programados para ter 2,5 mil funcionários contratados, mas tivemos apenas 1.350”, disse o presidente da CDLM, Ralph Assayag.
Conforme Assayag, a chuva do dia 23 foi a mais prejudicial para as vendas de natal. “Choveu muito nesse dia e as pessoas que iam para o Centro fazer suas compras acabaram voltando para casa ou sendo impedidas de sair. Foi ruim tanto para os consumidores quanto para o comércio, que tinha a expectativa de fechar as 22h, mas acabou fechando as 20h”, disse o empresário.
Ralph também considerou o crescimento nas vendas deste ano “uma situação muito dramática”, tendo em vista os resultados obtidos em 2015 e 2014. “No ano passado, nós crescemos 4% e, no ano retrasado, atingimos 8%. Apesar de ser um ano sobre o outro, mas durante o ano todo você trabalhar e no final só crescer menos de 3% é bem frustrante, é bem duro. Tudo bem que não foi negativo como ocorreu em outras capitais, mas conseguimos superar muito pouco e isso nos trouxe o impacto de não ter muito mais contratação”, disse Assayag, referindo ao crescimento anual de 2,8%.
Prestações
Mesmo com alerta para evitar o endividamento, o consumidor preferiu comprar a prazo. “Um total de 60% dos consumidores preferiu comprar a prazo. Apenas 40% das compras forma à vista”, disse Assayag, quer atribui o pouco crescimento positivo ao pagamento do 13° salário dos servidores públicos, apesar da maioria ter recebido o vencimento do mês após o Natal. “No ano passado, o governo e as empresas pagaram 50% do 13° salário em julho e, neste ano, pagou em julho 30% e a maior parte agora, antes do Natal. Então, houve um maior volume de dinheiro do que o ano passado, com menos gente trabalhando. Foi esse fator que nos possibilitou a chegar a esse 1,8% quase 2.0%”, disse.
Nem todo o comércio obteve saldo positivo. “Foi o caso das lojas de materiais de construção que ficaram negativas. As de confecção e sapatos, que já estavam na lista de prováveis compras, tiveram crescimentos nas vendas. Algumas cresceram 4% outras 5%, mas na média de todos os segmentos a porcentagem foi de 1,8%”, disse.
Para 2017, a expectativa dos lojistas também são de poucas vendas. “Geralmente, no dia 15 de janeiro, a gente já pode ter uma noção. Só que não sabemos o que vai ser orientado pelos governos federal e estadual. Se o governo estadual realmente entrar fazendo obras e o governo federal realmente colocar em prática as medidas que ele vem falando, a gente pode dizer que o primeiro trimestre ainda vai ser muito difícil, mas a partir daí começamos a ter uma luz”, disse Assayag.