MANAUS – O diretor do Detran-AM (Departamento de Trânsito do Amazonas), Leonel Feitoza, reclamou, nesta segunda-feira, 25, ao anunciar a redução pela metade do valor da taxa de inspeção veicular ambiental, que a maioria, ou 70% dos proprietários de veículos não pagam o licenciamento anual (exagero). Na verdade, a inadimplência de IPVA chega próximo de 40%, o que não é pouco. Mas pode aumentar e muito com a exigência do licenciamento ambiental.
Imagine que o proprietário de veículo com mais de dois anos de uso tem mais dificuldade de pagar o IPVA do que quem compra um carro zero quilômetro. Quem tem carro com mais de cinco anos é a classe média e os mais pobres. É dessas pessoas que o governo, via Detran, arranca um valor exagerado de imposto só porque ele conseguiu comprar um carro. E quem já tem dificuldades para pagar o IPVA, o seguro DPVAT e mais as taxas de serviços do Detran, agora terá um custo de mais R$ 133,38 ou de R$ 66,69 (com a redução).
Só quem está fora da realidade pode imaginar que a nova cobrança vai incentivar os donos de carros a quitar suas dívidas ou não atrasar o licenciamento. A inadimplência deve se elevar ainda mais se a cobrança for mantida.
Como disse o MPF (Ministério Público Federal), não se exige que o Detran contrate uma empresa para fazer inspeção e nem que cobre uma taxa de todos os veículos. O que se quer é fiscalização para evitar carros poluindo o ar, como há, principalmente ônibus e caminhões velhos. Mas para fazer isso, nem precisaria contratar empresa. Operações conjuntas das secretários e órgãos ambientais, Polícia Militar, Manaustrans e Detran resolveria a questão.
O problema é que por trás do discurso de que é preciso cuidar do meio ambiente e da saúde da população, estão envolvidos milhões de reais, uma nova galinha dos ovos de ouro. Quem se preocupa com a saúde da população em tal situação?