MANAUS – O presidente Jair Bolsonaro desautorizou seu ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, a respeito da compra da vacina chinesa Coronavac, que no Brasil será produzida pelo Instituto Butantan. A decisão do presidente é meramente política.
No discurso para justificar a desautorização, ele afirma que não há comprovação da eficácia da vacina no combate ao novo coronavírus. Na prática, ele apenas quis tirar o foco político do governador de São Paulo, João Dória, que negociou com a farmacêutica chinesa Sinavac e vem defendendo publicamente a compra da vacina.
O comportamento do presidente da República é comparável ao de um garoto tolo, que não suporta ver o adversário jogar pelada melhor do que ele, e retira a bola do jogo. “Não abro mão da minha autoridade”, disse Bolsonaro ao anunciar que mandou cancelar um protocolo de intenções do Ministério da Saúde sobre a compra da vacina.
O governo Bolsonaro, no entanto, financia pesquisa da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, que está no mesmo patamar de desenvolvimento que a chinesa. Portanto, não há comprovação de eficácia de nenhuma delas.
O discurso atual de Bolsonaro agora é bem diferente daquele em defesa do uso e da compra de hidroxicloroquina para pacientes com Covid-19. Sem qualquer comprovação científica da eficácia do medicamento, o presidente ordenou que o laboratório do Exército ampliasse a fabricação do medicamento para ser distribuído aos hospitais de todo o país para o combate à doença causada pelo novo coronavírus.
Logicamente que não há comprovação de eficácia de nenhuma vacina no mundo. Os laboratórios e farmacêuticas que tentam colocar no mercado um medicamento para imunização estão na fase de testes.
Depois de concluídos todos os estudos, as vacinas deverão passar pelo crivo das agências reguladoras de medicamentos nos diversos países, inclusive no Brasil.
A compra da vacina não é imediata, mas há necessidade de se preparar o terreno. E era exatamente isso que o ministro da Saúde estava tentando fazer. Mas isso coloca em evidência o governador João Doria, que é visto por Bolsonaro como o principal adversário na disputa presidencial de 2022.
Percebe-se, claramente, que a decisão do presidente não passa de picuinha política de uma pessoa que não tem qualquer compromisso com a saúde da população.
Uma coisa é colaborar com recursos financeiros para o desenvolvimento da vacina, outra, é comprar uma vacina que ainda não sabemos se vai ser aprovada, é totalmente diferente. Também, qual a obsessão do sr. João Doria em querer forçar o Brasil comprar essa vacina da China que, por sua vez, foi a causadora da disseminação do vírus? Isso me parece muito estranho. Não é confiável!
Agora, querer comparar a Cloroquina, que milhares de brasileiros já fazem uso! Eu mesmo já tomei quando trabalhava na transamazônica e nunca tive algum problema. O que dizer dos militares que trabalham na Amazônia! que também tomam e nunca soubemos que tenham tido algum problema causado pela Cloroquina.