Do ATUAL
MANAUS – As duas primeiras noites do 25⁰ Festival de Cirandas, realizado no Parque do Ingá, em Manacapuru (a 68 quilômetros de Manaus), receberam as cirandas Flor Matizada e Guerreiros Mura. Ambos os grupos apresentaram temáticas relacionadas ao folclore, à preservação da Amazônia e dos povos indígenas.
Neste sábado (2), a Guerreiros Mura apresentou o tema “Urihi: Terra-Floresta”, que fala sobre a relação entre o homem e a floresta e a cultura Yanomami. A ciranda, que tem 12 títulos e completou 30 anos de fundação este ano, encenou a “Batalha dos Guerreiros”, composta por 42 pares, representando a luta dos povos indígenas Yanomami e o Napë Pë (na etnia, significa “homem branco”). A apresentação durou 2h16.
O projeto artístico da ciranda foi assinado pelo parintinense Carlos Lopes e pela esposa dele, também artista e produtora cultural, Neide Lopes. “Estamos trazendo os seres encantados da floresta, que são os grandes protetores da nossa terra-floresta e que vieram para a batalha contra essas epidemias. Trouxemos o curupira, a caipora, o mapinguari e outros itens”, disse Neide.
Na sexta-feira (1⁰), a Flor Matizada exaltou o folclore amazônico. Defendendo o tema Muricariuas, figura lendária que na etnia Sateré Mawé significa “Feiticeiro das Águas”, o grupo conduziu a história do resgate do coração da “mãe das árvores”, roubado pelos Muricariuas e, para isso, os seres e personagens da floresta foram convocados.
“Confio muito no nosso trabalho, confio na nossa paixão pela Flor Matizada com certeza será uma grandiosa apresentação e vamos emocionar muito esse público”, disse a presidente da Flor Matizada, Vanessa Mendonça.
“A gente aliou essa problemática atual com o cotidiano amazônico, que é rico e espetacular por si só. É um olhar etnográfico de um problema mundial, mas é como se a Amazônia falasse por si, não esperando que ninguém mais fale por ela”, disse Gaspar Fernandes, autor da temática e diretor cultural da Matizada.
Com um Cordão de Entrada de 40 integrantes e o Cordão de Cirandeiros formado por 60 pares, itens e personagens folclóricos, conduziram a apresentação ao longo de 2h16, ao som da Banda Lilás.
Neste domingo (3), vai ao cirandódromo a ciranda Tradicional, com o espetáculo “Eldorado Encantado”.